Apesar da exploração que ocorre no seu território por parte de grandes empresas de mineração e madeira desde o primeiro contacto com brasileiros em 1969, a cultura material dos Suruí Paiter continua graças às mulheres e as crianças da comunidade. Durante a noite, quando não estão a buscar alimentos na roça para sustentar suas famílias, as mulheres Suruí produzem colares à base de frutos de tucumã. Elas partem e cortam os caroços, e esticam as fibras em fios que chegam a atingir 10 metros de comprimento. Esses fios são subsequentemente cozidos com uma agulha, e são convertidos em vestidos ceremoniais,  que são enfeitados com barro e metais pintados com tinta vermelha do urucum esmagado.

4. Líderes Surui usando os colares e os cintos.

Outro objeto produzido com o tecido do tucumã são as redes multi uso, agoiab, que podem ser usadas tanto para dormir como para cintos que carregam crianças (tipicamente seus filhos jovens) quando andam na roça. As mulheres também tecem cestos de vários tamanhos para transportar alimentos, redes de dormir, abanos de fogo, etc. Talvez o elemento mais impressionante da cultura material Suruí sejam as cerâmicas feitas através de uma técnica em que o barro é rolado e depois queimado duas vezes na aldeia ou mesmo na floresta. Essas cerâmicas são usadas tanto para servir comida e bebida como para cozinhar a sopa tradicional, que alimenta famílias inteiras.

5. Taças e bacias feitos pelos Suruí  exibidas na Galeria do Instituto de Artes (IA) da UNESP.