A maioria da noticias sobre o grupo indígena Zo’é focam em seu primeiro contato com os missionários, as doenças transmitidas por brancos, e a assistência medica que a Funai providenciou. Nesse post, quero adicionar informação sobre a cultura e modos de vida dos Zo’é .

Roupa, adornos, e cabelo:

Os Zo’é são conhecidos como “donos do poturu”, porque usam um adorno fixado abaixo dos lábios. Até agora, não conhecemos nenhum outro grupo com um adorno parecido. O poturu é um cilindro de madeira branca de 20 cm de comprimento que é colocado nas crianças aos sete anos de idade. Ele não é retirado nem durante o sono. Limpam-no com areia quando tomam banho.

As mulheres raspam uma faixa de cabelo acima da testa e colam penas de urubu-rei com resina. Também usam uma coroa feita de palha. Para os homens, é tradicional cortar o cabelo em forma de cuia ou deixar o cabelo crescer e usar rabo de cavalo. Todos andam nus, e o homens usam uma proteção no pênis.

Rituais:

Os Zo’é fazem festa nas quais que cantam, e os homens dançam até madrugada, marcando o ritmo da música com as bordunas. Eles tomam uma bebida fermentada feita de cajá-manga. Na manhã seguinte, eles praticam um ritual de vomitar, que é conhecido em outras nações também .O ritual da cura chama-se “tuari” e envolve o pajé soprando fumaça de seu cachimbo na boca do doente.

Alimentação:

A alimentação está baseada na caça e na colheita de frutas silvestres. Os instrumentos de corte são feitos de osso, pois eles não conhecem a tecnologia para trabalhar com metais. Os arcos sãos feitos de hastes de vegetal, que é um material leve e duro. Os Zo’é fabricam vários tipos de flechas especiais e sofisticadas. Por exemplo, existe uma para caçar pássaros pequenos, que é tão delicada que ela mata a ave sem perfurar o corpo.

Como eles não têm acesso a um grande rio , a pesca não faz parte da alimentação. Também cultivam roças de mandioca, milho, e uma fibra parecida com algodão para tecelagem. As mulheres cozinham o beiju, uma comida  feita de mandioca misturada com pimenta.