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Michael Pereira (Kuntanawa)

Michael Pereira 

Eu estou no segundo ano da faculdade e, no momento, planejo estudar História com uma especialização em português. Sou originalmente de Newark, New Jersey, especificamente do bairro de Ironbound, onde muitos portugueses vivem. Já estudei português no passado, mas a maior parte foi sobre Portugal e a era colonial. Esse curso abriu meus olhos para os problemas que aconteceram no Brasil no século 20, e que continuam até hoje. Meu grupo de estudo é o povo Kuntanawa, e espero que vocês achem a história deles tão importante quanto eu.


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Kuntanawa: O Povo do Coco Fotos

Kuntanawa: Uma Cultura em Reconstrução

Kuntanawa: O Povo do Coco Fotos

Um exemplo do ritual do rapé onde se inala o pó espiritual pelo nariz.

Uma versão do ritual da dança Kuntunawa

O pó de rapé numa jarra sendo preparado para ser usado.

Haru Kuntanawa, o líder do povo Kuntanawa.

Outro exemplo do ritual de rapé.

Haru Kuntanawa come xamãs e outros do povo no ritual da Ayahuasca.

Uma foto da aldeia do povo em um ritual.

Outra foto de parte do terreno  Kuntanawa no  Alto Juruá.

 

Fontes:

Kuntanawa • Sansarah

https://katukina.com/doc/kuntanawa-tribe

https://www.twgram.me/tag/kuntanawa/

https://www.websta.org/catherineadunni

O uso do rapé

https://entheonation.com/author/lornaliana/

https://uc.socioambiental.org/en/uso-sustentável/upper-juruá-resex-conservation-acquires-a-local-meaning

https://hiveminer.com/Tags/desana/Recent

Kuntanawa: Uma Cultura em Reconstrução

O grupo Kuntanawa é um povo indígena que sobreviveu a perseguição no século XX.  Hoje existem cerca de 400 membros no total, mas nem todos vivem juntos, e o grupo mais concentrado vive perto do rio Tejo, na Reserva Extrativista do Alto Juruá , no Estado do Acre.

Essa reserva foi criada também para os seringueiros da área. Então,  há conflito entre eles e o povo Kuntunawa porque vivem tão pertos. Crianças indígenas são maltratadas nas escolas por serem índios e “escuros,” e caçadores atuam no território designado como indígena. Assim,  o grupo pede pela demarcação de seu território.

Mas a demarcação apenas não resolveria todos os problemas do grupo; após a perseguição sofrida no século XX, o grupo Kuntanawa perdeu muita de sua cultura,  especialmente a língua indígena e os seus vários rituais. Hoje, eles falam todos o portugês e apenas os mais velhos e xamãs falam a língua indígena. O uso de rituais também diminuiu, como o uso do pó sagrado chamado rapé ,que purifica o corpo. Além disso, os sobreviventes não tinham lugar para viver.

No entanto, o grupo preservou-se e, hoje, é um cultura em reconstrução. Eles pediram ajuda de outros povos do Acre, e aprenderam ou continuaram os costumes que tinham perdido, incluindo o uso do rapé e também o uso da bebida sagrada, ayahuasca, assim como várias formas de danças ritualísticas. Os mais velhos do grupo estão ensinando o que sabem da língua indígena para as crianças, e é comum ouvir o idioma em muitos dos rituais hoje em dia. Mas para reconstruir a cultura Kuntanawa do passado é necessária a demarcação do seu território.

Esse é de fato um problema que quase todos os povos indígenas afrontam, e é verdade que alguns já tiveram sucesso, especialmente os grupos maiores, mas grupos pequenos como o Kuntanawa não têm uma voz tão poderosa, e é difícil receber o reconhecimento do governo. Em  2013, eles se juntaram a vários outros povos indígenas do Acre, e escreveram uma carta dirigida ao público dizendo que o governo brasileiro não está respeitando os direitos dos índios, e que estão destruindo a floresta e usando os seus recursos sem limites. Pediram pela demarcação imediata de suas terras e a ação das Nações Unidas.

O problema da demarcação  continua até hoje. Em 2017, a Justiça Federal, em Cruzeiro Sol, deu ganho ao grupo Kuntanawa, e deu ao governo 24 meses para demarcar o território; e aqui estamos, hoje,  e nada foi feito. Além disso, com Jair Bolsonaro como presidente, não parece que o grupo Kuntanawa vai ter sorte, mas, de toda maneira,  a luta continua, e os Kuntanawa não vão parar até terem seu território reconhecido.

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