Este trabalho final é minha pesquisa sobre o histórico de contato dos Zo’é com brancos e uma analise da presença dos Zo’é nas noticias desde 1982.

 

Zo’é: Povo Isolado, Estrela nas Notícias

O povo indígena Zo’é é considerado uma das ultimas tribos “intactas” da Amazônia. No início do seu contato com os brancos, eram conhecidos como “Poturús” por causa do adorno labial mberpot feito de madeira poturu que é uma de suas marcas de identificação étnica. Membros da família linguística Tupi-Guarani, os Zo’é habitam uma região isolada do rio Cuminapanema no Pará. Apesar do grande interesse nacional e da forte presença na mídia durante os primeiros contatos com brancos na década de 1980 e depois, atualmente, a população conta em torno de 300 índios Zo’é que continuam praticando seu modo de vida ancestral num estado de isolamento relativo (Povos Indígenas no Brasil). O programa do governo para sustentar a cultura tradicional, a língua, e a estrutura social Zo’é teve um grande impacto em relação a melhores práticas e politicas para conservar a identidade indígena, o que pode ser aplicado a outras tribos no Brasil. João Lobato, chefe da Frente de Proteção Cuminapanema, descreve as ramificações de seu trabalho com os indígenas: “O Zo’é hoje se constitui ainda numa possibilidade de entendermos e/ou melhoramos a nossa relação com outros povos indígenas, que ainda virão, enquanto isolados. E também rever a possibilidade de conhecer melhor outros povos” (“Ministro da Justiça visita Terra Indígena Zoé”). O povo Zo’é representa não somente povos isolados da Amazônia, mas também pode ser considerando como um embaixador das populações indígenas. Acompanhando o histórico de contato com os Zo’é através de noticias jornalísticas entre 1982 até o presente, podemos perceber vários conflitos de interesse e de politicas entre os representantes brancos. As polêmicas nas notícias revelam a persistência de vários problemas enfrentados pelos indígenas brasileiros, e permite-nos a compreender melhor o processo de colonialismo e as relações entre a sociedade ocidental e sociedades aborígenes quando os dois grupos se encontram.

O grupo evangélico Missão Nova Tribos do Brasil (MNTB) iniciou o primeiro contato prolongado com os Zo’é em 1982, embora a tribo já tivesse interagido com garimpeiros e outros trabalhadores florestais. Órgãos do governo, incluindo o Instituto de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiento do Pará (Idesp) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), sabiam da presença de indígenas na região remota, mas ainda não tinham se aproximado deles. A Funai, originalmente, pretendia preparar os Zo’é para o contato em antecipação à construção de uma rodovia, mas decidiu adiar esse projeto quando a obra foi cancelada por que não havia mais ameaça para o povo, refletindo a politica de evitar um contato desnecessário com grupos isolados. Com orientação de sertanistas locais, missionários norte-americanos da MNTB alcançaram o rio Cuminapanema e se aproximaram das aldeias com a intenção de evangelizar. Relatos dessa primeira tentativa contam que o encontro foi muito tenso e angustiante para os dois lados, então, a missão retirou-se temporariamente. Depois de alguns anos sobrevoando as aldeias zo’é e soltando presentes, a MNTB construiu uma base nomeada Esperança a cinquenta quilômetros da habitação indígena. Em Novembro de 1987, um grupo de índios Zo’é, mulheres e crianças também, aproximou-se espontaneamente da base evangélica e começou a morar no exterior da cerca (Povos Indígenas do Brasil). Os missionários incentivaram os Zo’é com presentes e comida a adotarem uma vida sedentária e aprender os modos de vida cristãos.

A missão comunicou a Funai sobre suas ações, mas a organização demorou vários anos, depois do estabelecimento da MNTB no território Zo’é, para se manifestar. Infelizmente, como aconteceu depois de inumeráveis contatos entre ameríndios e brancos na história do Brasil, os Zo’é adquiriram doenças dos missionários, como gripe e malária, o que resultou num declínio de metade da população inicial. Essa epidemia recebeu a atenção da imprensa em 1989 quando um sertanista visitou as aldeias e denunciou o estado de saúde dos índios (Lucena, “Sertanista descobre tribo em extinção). Logo, funcionários da Funai chegaram com vacinas e atendimento médico. Eis que a controvérsia entre os dois grupos teve início. A Funai culpou a MNTB pelo risco de vida que foi introduzido aos Zo’é quando a Missão desrespeitou a política de evitar contato com indígenas isolados. Em resumo, a Funai entrou com um processo jurídico para expulsar a missão do território zo’é e fechou a região às pessoas não-autorizadas (“Funai afasta missão de área indígena”).

Críticos da Funai não reconhecem que a MNTB carrega toda a responsabilidade a respeito da epidemia zo’é. A Fundação demorou um período considerável antes de tomar controle sobre a situação e antes de realizar sua função de fornecer medicamentos preventivos. Integrantes da MNTB garantiram que a Funai foi avisada quando iniciaram a expedição, e que o então Presidente Paulo Leal deu seu apoio (“Funai expulsará americanos de área indígena”). A Funai também só apareceu depois que o assunto tornou-se publico. O sertanista que fez a denuncia original, alegadamente completou a viagem por causa da preocupação dos missionários (Lucena, “Contato com uma nova tribo dos Tupis”). Ailton Krenak, um grande líder entre nações indígenas e “embaixador” para a sociedade brasileira não-indígena refere-se à condição do povo Zo’é em seu livro Encontros. Krenak descreve como duas semanas depois do contato, os Zo’é estavam doentes, e diz: “Estou dando esse exemplo para mostrar que os conflitos mais violentos que ocorrem na sociedade brasileira causam menos estragos que as fagulhas que atingem as nossas comunidades” (95). A realidade do contato é que ela foi um ato de violência, mesmo o dano sendo consequência de ignorância ou de incompetência. O Estado está encarregado de garantir o direito à vida e a identidade zo’é. Por mais que a sociedade deva isso aos ameríndios, continua-se a cometer os mesmos erros de antigamente. No final das contas, nenhuma das duas organizações, uma governamental e uma privada, tomaram uma inciativa proativa para proteger a saúde do grupo de recém contato antes que a situação virasse uma crise. ­­­

Depois que a Funai retirou a MNTB, a Fundação começou a controlar vigorosamente quem contactasse este povo. As medidas protetivas para o território zo’é se intensificaram com o estabelecimento de uma reserva florestal em volta do Território Indígena (T.I.) Zo’é designada como “zona de amortecimento de impacto” para defende-los contra doenças e agentes biológicos (Weis).  Enquanto a MNTB lutou contra a ação na justiça e pressionou o governo para ganhar o direito de continuar seu trabalho com os Zo’é (“Missão faz lobby para voltar aos Zo-é”), invasões ilegais aumentaram na região. Estas incluíram não somente missões cristãs, mas também índios de outras etnias, jornalistas, e estrangeiros curiosos com autorização falsa. Por exemplo, em 1996, um casal de europeus entrou na aldeia sem autorização. Foram denunciados à polícia federal, antes de serem interrogados, e finalmente, deportados. O casal de médicos alegou que tentou durante um mês entrar na aldeia, mas não conseguiu o aval da Funai nesse tempo (“PF retira estrangeiros de uma aldeia indígena”).

No entato, a atitude da Funai para estrangeiros não foi igualitária. A fundação autorizou a entrada de emissoras de televisão, que pagaram pelo direito de filmagem. A Funai afirmou que permite equipes de filmagem, e que cobra preços dependendo do tipo de documentário, pois ela detem o direito autoral sobre as imagens dos indígenas. Ironicamente, a Fundação tinha declarado que pretendia iniciar um projeto de des-contato para que os Zo’é pudessem ganhar independência (“Funai pretende que o índio seja independente”), mas a presença de estrangeiros com suas tecnologias sofisticadas tornou-se comum. Um dos projetos bem sucedidos de uma parceria legítima entre o cineasta Vincent Carelli e o povo Zo’é foi o documentário “A Arca dos Zo’é”. Este vídeo mostra um intercâmbio entre índios Zo’é e Waiãpi, um grupo indígena com um histórico mais longo de interação com brancos. Os Waiãpi dão dicas e ensinam como lidar com o mundo “civilizado” fora do território protegido dos Zo’é. Nesta obra, Carelli introduz a ideia de deixar um povo indígena com mais experiência mediar o contato entre um povo isolado e a civilização ocidental.

Como grupo de recém contato, é natural que o público brasileiro se interessasse pelos Zo’é por muitas razões: pesquisa cientifica, jornalismo, turismo, e missão religiosa. Também devemos considerar a que ponto a curiosidade pública torna-se invasiva a ponto de atrapalhar a vida de povos com culturas ‘exóticas’. Representações para o público geral muitas vezes focalizaram a vida sexual dos Zo’é. Nessa cultura, a norma é de homens e mulheres terem muitos parceiros sexuais desde jovens para encorajar alianças. Entre outras, a revista SuperInterssante participou desta fascinação. No artigo educativo “Eles não usam havaianas,” o texto valoriza as tradições zo’é e incentiva leitores a apreciar as diferenças entre culturas, porém as fotos que acompanham a matéria mostram uma história diferente. A fotografa de Renata Ursaia exibe as partes intimas do corpo de vários Zo’é, sem mostrar o rosto ou identificar o individuo (88-93). O efeito disso é que o corpo do indígena Zo’é  é objetivado e desumanizado. Por mais que o objetivo seja o de celebrar a diversidade, isso não ocorre sem o exotismo implícito.

Esta pratica da Funai de admitir equipes de televisão estrangeiras na reserva, que pagam pelo direito de imagem dos índios, tornou-se um assunto polêmico muito discutido nos jornais. De uma perspectiva cínica, a prática pode parecer como se a Funai levasse vantagem sobre os indígenas para satisfazer o olhar externo e gerar lucro. No jornal O Estado de São Paulo, em 1998, o mateiro Manoel Ferreira de Oliveira e o vereador Valter Marinho, do município de Oriximiná, denunciaram a Funai por negligência e pelo tratamento dos Zo’é como ‘peças de museu’ para entreter estrangeiros. Marinho e Oliveira acrescentaram que os indígenas eram levados a dançar nus durante dias para canais de televisão. Eles também reclamaram da injustiça no fato de que repórteres podiam entrar na reserva indígena, enquanto algumas pessoas supostamente com boas intenções são interditadas de se aproximarem (Mendes). O incidente ao qual se referem envolveu missionários e indígenas Wai-Wai que invadiram as aldeias zo’é. Segundo os acusados, o motivo por detrás da invasão foi o de socorrer o povo que estava em estado de “penúria, doenças, e abandono” (“Estrangeiros pagam para ver Zo’é”). Respondendo à denúncia, o procurador jurídico da Funai, Evaldo Pinto, afirmou que o órgão fornece tratamentos periódicos aos Zo’é. Ademais, Pinto atribui a gripe que foi transmitida pelos tais invasores (“PF vai apurar invasão de área indígena e suposto abandono dos zoé”).

Talvez, o melhor resumo das perguntas e da confusão em torno desse conflito sobre o acesso e responsabilidade com os Zo’é encontra-se nas palavras do procurador do inquérito de invasão: ‘Precisamos saber quem está mentindo e quem está falando a verdade sobre o abandono dos zoé’ (Ibid). Um leitor que desconfia das intenções dos missionários, não pode deixar de questionar também as práticas da Funai. A disputa entre a Funai e as missões é uma luta de poder, o que gera uma situação competitiva em que os dois grupos tentam alcançar índios isolados o mais rápido possível para prevenir a interferência um do outro. Estes eventos provocam perguntas sobre quem tem o direito de representar um povo indígena e de fazer decisões em seu nome. Por um lado, a forte presença do governo controlando toda relação da tribo de recente contato com o mundo externo pode ser considerada paternalista, pois os indígenas são efetivamente tratados como crianças ingênuas, facilmente manipuladas que não conseguem agir no seu melhor interesse. Por outro lado, a experiência de outros povos indígenas mostra que a interação descontrolada com brancos teve efeitos devastadores para a sobrevivência do povo e sua cultura. Embora a função dos índios Waiãpi no documentário “A Arca dos Zo’é” apresente uma alternativa interessante, na qual outras nações indígenas poderiam ajudar o grupo de recém contato a enfrentar esse período crítico de transição social, o envolvimento duvidoso dos Wai-Wai com missionários em expedições invasivas demonstra a importância do mediador ser um agente imparcial sem segundas intenções.

Numa carta defendendo a Funai, a indigenista Rosa Cartagenes avisa sobre os perigos da influência proselitista para os Zo’é e de como isto distorce a percepção pública. A carta aponta para a circulação de imagens manipuladas, mostrando índios Zo’é indigentes “claramente induzidos à repetição do remoque ‘Funai não dá…,’” (Carneiro). Estes vídeos são encenados para criar uma impressão falsa sobre a condição dos Zo’é. Ela assegura que os Zo’é são livres para sair da T.I. e diz que “o discurso dos Zo’é como ‘prisioneiros’ tem sido tendenciosamente baseado em perspectivas proselitistas.” Assim, relatos de que a Funai controla os indígenas deturpariam o estado verdadeiro do grupo e debilitaria o trabalha do órgão. Contudo, a indigenista admite que os Zo’é são encorajados a permanecerem na reserva, porque fora do território protegido pelo governo existem muitos riscos, inclusive “fanáticos religiosos… capazes de qualquer tipo de estratégia ou aliança escusa para propagarem sua ‘fé’” (Ibid). Com isso ela argumenta que as reclamações de que os Zo’é estão presos na T.I. fazem parte de uma estratégia das missões para disseminar suas crenças. Caragenes descreve como as missões reagiram à proibição de fazerem seu trabalho de maneira transparente. “Desde sua expulsão da T.I. [missionários] têm patrocinado e efetivado diversas invasões ao território Zo’é, sempre com o intuito de aliciá-los e atraí-los para ‘fora’ – onde supostamente poderiam, à margem da lei, ‘evangelizá-los’ à vontade” (Ibid). Grupos proselitistas têm utilizado métodos enganosos para alcançar os Zo’é, inclusive o envolvimento de outros grupos indígenas como intermediários. Caragenes explica que, “[missões] têm manipulado como pontas-de-lança indígenas cristianizados de outras etnias do entorno, como os Wai-Wai e os Tiryió” (Ibid). Como também são índios e habitam uma área próxima, eles não são sujeitos ao mesmo nível de policiamento, então conseguem trazer a influência da igreja até as aldeias. Esse foi o caso dos aliados Wai-Wai de Marinho e Oliveira na invasão da T.I. Zo’é, em 1998.

É preciso explicar por que agentes da Funai e outros indigenistas consideram evangelização na T.I. Zo’é uma ameaça. Caragenes usa o exemplo do povo Guarani para convencer do fato de que a presença cristã de fora não é beneficial para os Zo’é. Por mais que os Guarani sejam considerados como “integrados” na sociedade nacional, muitos vivem abaixo da linha da pobreza e ‘sob ameaça permanente de genocídio’. Iniciação à religião cristã necessariamente exige conformação a regras e a um sistema social estrangeiro ao custo da cultura tradicional. Rosa Caragenes concorda com o sentimento comum de que é impossível realmente integrar indígenas, pois os índios que sobreviveram à saída de suas infraestruturas socioeconômica ancestrais são iniciados em uma sociedade discriminatória e capitalista. Ela conta que “há comunidades Guarani com até 10 igrejas de ‘seitas evangélicas’… em meio a sua miséria” (Carneiro). Apesar do processo efetivo de cristianização e suposta existência “aculturada”, a população Guarani tem o maior índice de suicídio entre jovens, o que mostra uma falta de esperança difundida. Isso é a comprovação de que o acesso à religião não é o caminho para o bem estar do povo, porque fragmenta os valores da comunidade em vez de proteger a etnia.

Por mais que interesses de grupos privados tenham sido um obstáculo para o trabalho da Funai com os Zo’é, o problema de maior importância é o conflito que está surgindo entre as vontades dos indígenas e as ações do governo. Os Zo’é exprimem sua curiosidade e ansiedade de conhecer o mundo de fora, mas a Funai ainda não liberou a aproximação. São amigáveis e muito curiosos para conhecer visitantes, mas o influxo de estranhos introduzem os Zo’é a lugares que não podem acessar. O site oficial do Instituto Socioambiental confirma que desde que os Zo’é aceitaram uma convivência com os brancos, a partir de 1987, eles desejam expandir seu contato e conhecer outros índios, assim como ter mais acesso à tecnologia (Povos Indígenas do Brasil). Quando o Ministro da Justiça, Tarso Genro, desceu do avião na T.I., um Zo’é perguntou “Brasília grande? Brasília bonita? (Recondo). A chegada de pessoas de fora nas aldeias desperta nos índios um desejo de também viajar e explorar o mundo de fora.

Rosa Cartagenes relaciona esse desejo à falta de anciãos nessa comunidade, relativamente jovem e inexperiente. Ela cita, “mais de 75% de sua população tem menos de 25 anos – massa explosiva e ‘hormonal’, com a ânsia legítima de tudo ver, tudo conhecer, tudo querer. As pressões externas e internas têm sido muitas e crescentes” (Carneio). Embora ela faça uma observação astuta sobre a demografia dos Zo’é, esta perspectiva subvaloriza a capacidade dos indígenas como pensadores independentes. Uma vez que o povo aprendeu sobre a existência de um modo de viver completamente diferente do seu, não é realísta ou ético esperar que eles ignore essa informação. Apesar disso, indigenistas e antropólogos concordam que o governo precisa intervir para ajudar os Zo’é a desenvolverem sua própria criticidade face o mundo externo para compreender os caminhos possíveis.

Esta situação sem precedente continua sendo um desafio para o governo brasileiro. Nunca antes a Funai teve condições ou o papel de preparar um grupo indígena para o contato independente. Tarso Genro resumiu a atual politica oficial a respeito de povos isolados. “Não se procura contato para que não haja interferência, mas se os índios quiserem o contato, a Funai deve mediá-lo para que não seja devastador,” disse o ministro após sua visita à T.I. (Recondo). Embora os objetivos do contato mediado sejam definidos, João Lobato diz que não existe “fórmula matemática” para guiar o grau ou período do envolvimento estadual. A Funai propôs um programa de dez anos, em 2009, para fortalecer a cultura zo’é e educar os indígenas sobre o resultado do contato para outras etnias para que eles se informem e consigam fazer decisões informadas.

Em conclusão, o povo Zo’é é um dos raros exemplos de uma nação ameríndia em que toda etapa de seu contato com não-indígenas foi acompanhada de perto por especialistas. Continua a ser questionado até que ponto este processo foi efetivo, mas trata-se de uma dos primeiros projetos antropológicos de contato gradual, com ênfase na preservação da cultura tradicional enquanto permite aos Zo’é escolherem o tipo de relação que querem com o mundo de fora. Embora a mídia tenha participado ativamente, desde os primeiros anos do contato, o que levou a muitas opiniões e criticas públicas sobre o trabalho da Funai, o interesse internacional teve bons impactos. A antropóloga Dominique Gallois avaliou numa entrevista, “Conseguiu-se aqui, graças à atração que os zo’é conseguem ter em termos de imagem, uma política de proteção que deveria ser a regra” (Recondo). Como figuras públicas, os Zo’é aumentam a consciência sobre muitos assuntos importantes para os indígenas como a preservação de identidades étnicas de minorias, o direito indígena de terras ancestrais, e a conservação do meio ambiente. Além do mais, a relação complexa entre a Funai, MNTB, e outros grupos com interesse privado com os Zo’é incentiva discussões críticas, considerando-se as responsabilidades e as práticas para garantir um futuro digno e de crescimento para todo o povo indígena.

Bibliografia

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