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Lisa Abascal Larson (Potiguara)

Lisa Abascal Larson 

Sou uma estudante de segundo ano cursando Políticas Públicas e Relações Internacionais. Quando não estou na universidade, moro em Minnesota com meu pai, minha mãe, e meu irmão, que tem 18 anos. Meu interesse sobre grupos indígenas começou cedo em meus estudos na escola sobre povos indígenas em Minnesota. Durante o verão, estudei em Lisboa, onde aprendi sobre a história colonial de Portugal, mas não falamos muito sobre Brasil, e sobretudo não falamos sobre os indígenas. Então, gostei de ter a oportunidade de estudar sobre o Brasil e a vida dos indígenas, particularmente a tribo Potiguara.

Os Potiguara: uma introdução

Os Potiguara: a história e a educação

Os Potiguara: Poran Potiguara, estudante e ativista

Os Potiguara: O Ressurgimento do Toré

Os Potiguara: Povo Guerreiro, Povo Pacífico?

Os Potiguara: a saúde

 

Os Potiguara: uma introdução

O povo indígena Potiguara é notável por ser, em muitos aspectos, o oposto dos estereótipos populares sobre os indígenas brasileiros. Os Potiguara, membros da família linguística Tupi-Guarani, conseguiram fundar uma sociedade altamente complexa com uma cultura única, incluindo um sistema político desenvolvido, fortes capacidades de guerra, e um sistema religioso, que celebra as festas dos santos populares. Muitos outros grupos indígenas no Brasil não conseguiram manter um nível tão alto de atividades, mas os Potiguara foram provavelmente ajudados por seu número de habitantes (quase 11,000 pessoas, o que é muito mais do que a maioria de grupos indígenas brasileiros), o que permitiu-lhes ganhar auto-suficiência. Existe um debate sobre o significado do nome “Potiguara”. Alguns dizem que quer dizer “comedores de camarão”, provavelmente porque moram perto do litoral. Outros dizem que significa “mascador de fumo”. No entanto, como todos os outros grupos indígenas, o grupo Potiguara também está preocupado com o meio ambiente. Os Potiguara são afortunados por viverem no Nordeste do país, uma área de riqueza natural. Moram em aldeias perto da costa e de vários rios, incluindo o Rio Tinto,  que lhes ajuda a regar as plantas cultivadas. Outro fato que achei muito interessante é que os Potiguara são famosos por serem um destino de turismo étnico, para que os brasileiros possam conhecer o modo de vida dos Potiguara como o cruzamento entre culturas tradicionais brasileiras e indígenas.

Fontes:

https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Potiguara

http://www.trilhasdospotiguaras.com.br/pt-br/historia/os-potiguaras-do-seculo-xxi/

https://i.ytimg.com/vi/N4cHBK2MQp0/hqdefault.jpg

Os Potiguara: a história e a educação

Muitas vezes associamos a história com palavras na página de um livro didático, mas, na realidade, trata-se um constructo vivo, que existe, sobretudo, fora do mundo escrito. Sérgio Bairon, da USP, fala da importância de “estar presente” na compreensão da história de um grupo. Esse conceito é critico para entendermos o modo de vida dos grupos indígenas no Brasil. Todos os dias, indivíduos ao redor do mundo escrevem a sua própria história, tanto como os indígenas Potiguara, que têm uma história que sempre está expandindo e evoluindo. A língua serve para rastrear o passado de um povo.

Nos últimos vinte anos, o povo Potiguara tem visto uma ressurgência no interesse em estudar a sua língua nativa, o Tupi; a demanda tem ultrapassado a quantidade de professores. Novas medidas nas escolas Potiguara enfatizam a cultura de seu povo através da língua Tupi e da arte, além da história. Eu acho muito importante esses esforços de reintroduzir a língua Tupi, sobretudo para os jovens Potiguara.  Ao aprenderem essa língua, apenas por estarem presentes, os estudantes Potiguara estão, ao mesmo tempo, criando a sua própria história, mas também preservando elementos antigos de sua cultura. Além disso, trazer de volta a língua Tupi é uma forma especialmente adequada para os jovens Potiguara entrarem em contato com as suas raízes, porque enfatiza a tradição oral, algo que é de suma importância para o conhecimento da história indígena.

Fontes:

http://www.trilhasdospotiguaras.com.br/en/historia/os-potiguaras-do-seculo-xxi/

https://joshuaproject.net/people_groups/14453/BR

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/38/Slide27.JPG

Os Potiguara: Poran Potiguara, estudante e ativista

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A separação entre os costumes da população brasileira e o dos povos indígenas permanece bastante pronunciada, embora existam algumas maneiras pelas quais os Potiguara gostariam de ser mais integrados, especialmente na questão do ensino superior. Como vimos no blog anterior, nas escolas Potiguara estão promovendo a alfabetização tanto na língua Tupi quanto na portuguesa, mas a educação superior ainda é menos comum. A nova Lei de Cotas (Lei federal 12.711) tem reservado lugares para indígenas com requisitos especiais para ajudá-los a entrar nas universidades. Por causa disso,  Poran Potiguara pode começar a estudar na Universidade de Brasília. Grato pela oportunidade, nesta entrevista, Poran disse que ainda é difícil ser um estudante indígena m euma instituição esmagadoramente branca e cheia de preconceitos. Ao mesmo tempo, ele está determinado a não apenas obter uma educação, mas a educar seus companheiros na universidade sobre sua herança Potiguara e seu modo de vida. O povo Potiguara não procura viver uma vida privada – compreendem que ao partilhar as suas ideias e modos de vida com o público brasileiro, eles garantem que suas histórias perdurarão dentro e fora de sua comunidade. Estão orgulhosos de sua cultura, algo que é evidente pelo fato de que eles são famosos por oferecer o turismo étnico. Estudantes como Poran Potiguara são essenciais para a sobrevivência da cultura Potiguara porque não só atuam como ativistas de sua comunidade para todo o Brasil, más também podem levar seus novos conhecimentos universitários de volta para casa ajudando o povo Potiguara.

Fontes:

https://www.op9.com.br/pb/noticias/educacao-superior-e-um-dos-sonhos-de-indios-potiguaras-no-estado/

https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSdp0spXFiHX9Efyasaao6enTLKYfGPJGSCHNgJBvH5d02vR6tl6w

Os Potiguara: O Ressurgimento do Toré

Na Celebração dos Mortos, patrocinada pelo Departamento de Espanhol e Português (SPO), e pelo Programa de Estudos Latino-Americanos (PLAS), de Princeton, um dos dançarinos mexicanos indígenas disse que os rituais estão voltando. Baseada em minhas pesquisas sobre o grupo Potiguara, parece que este não é só  um fenômeno mexicano – os rituais indígenas no Brasil também estão tendo um retorno. Eles celebram o Toré, um ritual muito antigo, que engloba o seu espírito guerreiro.

O Toré acontece em ocasiões especiais. No passado, era frequentemente realizado após vencerem as guerras. O Toré também honra a terra, por isso, é realizado em ocasiões como o Dia da Colheita. No entanto, esse ritual nem sempre é realizado como uma celebração; pode também ocorrer em momentos de tristeza.

Recentemente, assim como os Potiguaras têm tido mais interesse em aprender sua língua nativa, eles também estão ansiosos em participar do Toré; os rituais realmente parecem estar voltando em grande estilo. Isso é importante porque o Toré exige muita gente. O ritual é composto de três círculos de várias idades; num círculo dançam os mais jovens, depois os chefes, e depois os adultos.

Esse ritual também tem ganhado visibilidade porque os Potiguara abriram o Toré para o público. O dia 19 de abril é o Dia do Índio, e os Potiguaras recebem o público em um grande Toré. Agora, qualquer um pode ter a oportunidade de assistir a um Toré, embora ocorra apenas uma vez por ano.

Fontes:

http://www.trilhasdospotiguaras.com.br/en/historia/os-potiguaras-do-seculo-xxi/

https://joshuaproject.net/people_groups/14453/BR

https://guerreirospotiguara.files.wordpress.com/2011/03/livro-potiguara.jpg

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Os Potiguara: Povo Guerreiro, Povo Pacífico?

Recentemente, há no Brasil mais interesse sobre os costumes indígenas e tem-se visto a ressurgência de celebrações e rituais desses povos. Na vida dos Potiguara, através do turismo étnico, espelha alguma das disparidades entre a percepção brasileira sobre os povos indígenas e a realidade, e um estereótipo que parece persistir é o de que os nativos são bastante “primitivos”.

Na realidade, o povo Potiguara é um povo altamente avançado com ideais e um sistema político baseado na disciplina, uma comunidade muito unida de espiritou guerreiro. Os Potiguara lutaram contra outros grupos indígenas, mas também, às vezes, foram aliadas de outras tribos para lutarem juntos contra os brancos. O fato de que os Potiguara foram capazes de preservar sua sociedade altamente complexa, até hoje, é uma prova de quão fortes e motivados eles são como lutadores. Por um tempo, os Potiguara foram aliados aos portugueses, por exemplo, sob o comandante Potiguara António Filipe Camarão, que dirigiu várias batalhas contra os holandeses. Várias vezes eles mudaram de aliados; o objetivo Potiguara era o de garantir a sua própria liberdade e glória. Assim, é evidente que esses empreendimentos militares demostram, não só a força militar dos Potiguara, mas a astuta estratégia de um povo guerreiro.

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Fontes:

http://www.trilhasdospotiguaras.com.br/en/historia/herois-ou-viloes/

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/66/Victor_Meirelles02.jpg/220px-Victor_Meirelles02.jpg

http://www.terrabrasileira.com.br/indigena/contatos-i/guerras.jpg

Os Potiguara: a saúde

Uma área onde a disparidade entre os recursos dos indígenas, comparados com o restante dos brasileiros fica clara, é no acesso `a saúde. Esse problema não se limita ao Brasil: ao redor do mundo, vemos obstáculos impedindo os grupos, que não são  “elites” da sociedade, de receberem os benefícios médicos básicos e necessários à saúde.

Os indígenas Potiguara são afortunados por serem uma das vozes indígenas mais fortes no Brasil, e solicitam  melhores benefícios de saúde. No entanto, a falta de políticos indígenas, e de indivíduos com as habilidades públicas necessárias para proteger os interesses indígenas, tornou-se muito difícil para os povos indígenas obterem políticas favoráveis. Afinal de contas, os formuladores de políticas tendem a criar uma política que beneficie seus constituintes mais expressivos, e os indígenas tendem a ser o oposto, dado que enfrentam barreiras de idioma e falta de informação sobre o sistema legal e político brasileiro.

Pelo menos, existe um subdepartamento do Ministério da Saúde no Brasil concentrado nas questões de saúde indígena. Além disso, existe uma instituição mais ou menos accessível aos Potiguara: o voto. Eles foram capazes de eleger um novo diretor do Distrito de Saúde Indígena, mas , como disse a advogada Potiguara, Olivânia Oliveira, a política bloqueou overdadeiro progresso, tanto que o novo diretor nem sequer é indígena.

Fontes:

https://www.brasildefato.com.br/2018/05/24/indios-potiguaras-fazem-manifestacao-para-mudancas-na-coordenacao-da-saude-indigena/

http://portalms.saude.gov.br/saude-indigena

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