Este semestre, eu tive o prazer de trabalhar com o povo Guajajara, uma comunidade indígena que mora principalmente no nordeste do Brazil. Este povo, com mais de 27.616 membros (segundo a um estudo feito em 2014), vive numa série de 11 Terras Indígenas no estado de Maranhão. Na realidade, a vasta maioria da sua população (~85%) vive em só três Terras: Araribóia, Bacurizinho e Cana-Brava.

Uma familia Guajajara na aldeia de Cana Brava

A palavra Guajajara, o nome da sua comunidade e da sua língua, tem uma origem antiga e desconhecida. Segundo a alguns expertos, ela significa “os donos do cocar.” O cocar é uma espécie de enfeite para a cabeça muito importante na sua cultura, um símbolo entre milhares da riqueza da sua tradição. Outra indicação desta profundez é a sua língua do mesmo nome; ela pertence à família Tupi-Guarani e é tão importante na sua cultura que os Guajajara a chamam de ze’egete, ou “fala boa.”

Um exemplo dum cocar tradicional

Apesar de todos estes elementos, entretanto, o aspecto desta comunidade mais interessante é a sua história, principalmente do seu contacto com os europeus. Depois dum encontro inicial em 1615, a comunidade começou a ser ameaçada por grupos de traficantes de escravos portugueses e missões que tinham a intenção de “branquear” o seu povo. Estas interações levaram à Revolta de 1901, uma série de batalhas entre os Guajajara e a população branca na qual morreram mais de 100 indígenas.

Cauiré Imana foi o cacique Guajajara durante a Revolta de 1901.

Referências para fotos:

  1. https://pib.socioambiental.org/en/Povo:Guajajara
  2. https://picsart.com/i/sticker-cocar-india-230420659046212
  3. https://www.estantevirtual.com.br/livros/olimpio-cruz/cauire-imana-o-cacique-rebelde/4270416790