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Kuntanawa: Uma Cultura em Reconstrução

O grupo Kuntanawa é um povo indígena que sobreviveu a perseguição no século XX.  Hoje existem cerca de 400 membros no total, mas nem todos vivem juntos, e o grupo mais concentrado vive perto do rio Tejo, na Reserva Extrativista do Alto Juruá , no Estado do Acre.

Essa reserva foi criada também para os seringueiros da área. Então,  há conflito entre eles e o povo Kuntunawa porque vivem tão pertos. Crianças indígenas são maltratadas nas escolas por serem índios e “escuros,” e caçadores atuam no território designado como indígena. Assim,  o grupo pede pela demarcação de seu território.

Mas a demarcação apenas não resolveria todos os problemas do grupo; após a perseguição sofrida no século XX, o grupo Kuntanawa perdeu muita de sua cultura,  especialmente a língua indígena e os seus vários rituais. Hoje, eles falam todos o portugês e apenas os mais velhos e xamãs falam a língua indígena. O uso de rituais também diminuiu, como o uso do pó sagrado chamado rapé ,que purifica o corpo. Além disso, os sobreviventes não tinham lugar para viver.

No entanto, o grupo preservou-se e, hoje, é um cultura em reconstrução. Eles pediram ajuda de outros povos do Acre, e aprenderam ou continuaram os costumes que tinham perdido, incluindo o uso do rapé e também o uso da bebida sagrada, ayahuasca, assim como várias formas de danças ritualísticas. Os mais velhos do grupo estão ensinando o que sabem da língua indígena para as crianças, e é comum ouvir o idioma em muitos dos rituais hoje em dia. Mas para reconstruir a cultura Kuntanawa do passado é necessária a demarcação do seu território.

Esse é de fato um problema que quase todos os povos indígenas afrontam, e é verdade que alguns já tiveram sucesso, especialmente os grupos maiores, mas grupos pequenos como o Kuntanawa não têm uma voz tão poderosa, e é difícil receber o reconhecimento do governo. Em  2013, eles se juntaram a vários outros povos indígenas do Acre, e escreveram uma carta dirigida ao público dizendo que o governo brasileiro não está respeitando os direitos dos índios, e que estão destruindo a floresta e usando os seus recursos sem limites. Pediram pela demarcação imediata de suas terras e a ação das Nações Unidas.

O problema da demarcação  continua até hoje. Em 2017, a Justiça Federal, em Cruzeiro Sol, deu ganho ao grupo Kuntanawa, e deu ao governo 24 meses para demarcar o território; e aqui estamos, hoje,  e nada foi feito. Além disso, com Jair Bolsonaro como presidente, não parece que o grupo Kuntanawa vai ter sorte, mas, de toda maneira,  a luta continua, e os Kuntanawa não vão parar até terem seu território reconhecido.

Os Guajajara: Uma Introdução

 

Este semestre, eu tive o prazer de trabalhar com o povo Guajajara, uma comunidade indígena que mora principalmente no nordeste do Brazil. Este povo, com mais de 27.616 membros (segundo a um estudo feito em 2014), vive numa série de 11 Terras Indígenas no estado de Maranhão. Na realidade, a vasta maioria da sua população (~85%) vive em só três Terras: Araribóia, Bacurizinho e Cana-Brava.

Uma familia Guajajara na aldeia de Cana Brava

A palavra Guajajara, o nome da sua comunidade e da sua língua, tem uma origem antiga e desconhecida. Segundo a alguns expertos, ela significa “os donos do cocar.” O cocar é uma espécie de enfeite para a cabeça muito importante na sua cultura, um símbolo entre milhares da riqueza da sua tradição. Outra indicação desta profundez é a sua língua do mesmo nome; ela pertence à família Tupi-Guarani e é tão importante na sua cultura que os Guajajara a chamam de ze’egete, ou “fala boa.”

Um exemplo dum cocar tradicional

Apesar de todos estes elementos, entretanto, o aspecto desta comunidade mais interessante é a sua história, principalmente do seu contacto com os europeus. Depois dum encontro inicial em 1615, a comunidade começou a ser ameaçada por grupos de traficantes de escravos portugueses e missões que tinham a intenção de “branquear” o seu povo. Estas interações levaram à Revolta de 1901, uma série de batalhas entre os Guajajara e a população branca na qual morreram mais de 100 indígenas.

Cauiré Imana foi o cacique Guajajara durante a Revolta de 1901.

Referências para fotos:

  1. https://pib.socioambiental.org/en/Povo:Guajajara
  2. https://picsart.com/i/sticker-cocar-india-230420659046212
  3. https://www.estantevirtual.com.br/livros/olimpio-cruz/cauire-imana-o-cacique-rebelde/4270416790

Os Guajajara: Gênero e Sociedade

 

Essa semana, a conferência intitulada She Roars vem para Princeton. Durante três dias, mulheres de todo o país virão para a universidade para discutirem a condição do sexo feminino no mundo contemporâneo. Por isso, para continuar a discussão sobre esse tema, eu decidi pesquisar o papel do gênero na comunidade Guajajara, principalmente em um contexto sociopolítico.

Uma propaganda feita para o evento

Como a maior parte das outras tribos na região, os Guajajara sustentam uma divisão marcada entre homem e mulher no campo do trabalho. Embora existam algumas ambiguidades, certas atividades, como a caça e a preparação ritual, continuam reservadas aos homens, enquanto alguns papeis tipicamente considerado “femininos” são cumpridos pelas mulheres. Interessante, muitas responsabilidades agrícolas pertencem a esse segundo grupo; enquanto os rapazes caçam, as senhoras normalmente tratam do cultivo das colheitas, os dois gêneros trabalhando para a subsistência.

Um campo na Terra Indígena de Lagoa Comprida

Uma dinâmica de poder parecida existe no campo político também. Os homens e os meninos, regularmente, recebem mais educação, os mentores mais experientes, e a vasta maioria das oportunidades para participarem na supervisão e liderança de suas aldeias. Entretanto, esse caso, talvez previsível, tem levado algumas mulheres Guajajara a procurarem alguma agência fora de sua tribo, como  Sônia Guajajara. Sônia estudou em um colégio agrícola em Minas Gerais, e foi uma candidata`a vice-presidência do Brasil. Obviamente, nem todas as mulheres Guajajara podem seguir o mesmo caminho que a Sônia. Mas permanece um caso interessante porque mostra, de certa forma, o poder e a criatividade da mulher indígena ao enfrentar uma sociedade infelizmente patriarcal.

Sónia Guajajara, a mulher mencionada acima

Referências para fotos:

  1. https://is1-ssl.mzstatic.com/image/thumb/Music128/v4/ec/5c/5d/ec5c5d6f-e4aa-82be-b258-988fd255f1f6/source/600x600bb.jpg
  2. https://img.socioambiental.org/d/210570-1/guajajara_3.jpg
  3. https://pbs.twimg.com/media/DlJEI5cXcAAufrb.jpg

Os Guajajara: Cosmologia e Misticismo

 

Estas últimas duas semanas, eu foquei a minha pesquisa indígena em campos e dinâmicas bastante concretas; a maior parte da informação que tenho encontrado é histórica, detalhando elementos biográficos dos Guajajara, como a origem da tribo, as maneiras em que a cultura tem se transformado ao longo do tempo, e a relação entre homem e mulher na sua sociedade. Sendo assim, eu decidi abordar um tema um pouco mais abstrato neste post: o misticismo e a cosmologia.

Apesar de muitos Guajajara terem se convertido ao cristianismo, ao longo dos últimos quatro séculos, muitos ainda acreditam em um sistema espiritual compartilhado entre a maioria dos grupos Tupi-Guarani (uma demonstração dessas crenças está incluída acima, em um vídeo da tradicional Festa do Milho). A sua hierarquia cosmológica distingue  quatro tipos de entidades sobrenaturais. O primeiro grupo é composto dos criadores, aqueles seres que tiveram a responsabilidade de construir e cultivar o mundo. O membro dessa classe mais famoso é o Maíra, um herói cultural, que eu mencionei numa das minhas últimas entradas. O segundo grupo de seres espirituais são os “donos”; cada membro deste conjunto é um dono de algum aspecto da natureza, como as florestas (possuídas pelos Ka’a’zar) ou as árvores (dirigidas pelos Wira’zar). Essas entidades, como os azang, espíritos malignos, são muito receados entre os Guajajara. Em comparação, os piwara, outro grupo composto de espíritos animais, não metem tanto medo; eles geralmente são considerados fantasmas pacíficos, especialmente em comparação com os outros seres.

Uma mulher Guajajara participando num ritual tradicional

Além desse breve olhar sobre a espiritualidade Tupi-Guarani ter sido uma experiência fascinante, também achei interessante pensar sobre o efeito do desmatamento e de outras tragédias ambientais nesse sistema místico. Essa hierarquia atribui muito poder a seres fundamentalmente ligados a entidades naturais: árvores, rios, terra, e assim por diante. Mas, o que é que acontece quando as árvores caem, os rios são barrados, e a terra já não produz o que sempre produziu? Os efeitos psicológicos nos adeptos dessa religião devem ser graves, uma realidade que deve estar afetando esas comunidades hoje em dia.

Referências para fotos e vídeos:

  1. https://www.youtube.com/watch?v=nguhpLP5J64
  2. https://i.pinimg.com/originals/ab/9b/e7/ab9be73629db4632b54d7e9266cfeba3.jpg

Os Guajajara: Representação demográfica

 

Um tema que surgiu várias vezes nas nossas últimas discussões é o conceito de representação. Com todas as noticias recentes sobre as eleições no Brasil, e o fato da voz indígena estar basicamente ausente nesta discussão, eu comecei a pensar na importância de uma comunidade extensiva e unida na auto-representação de um povo. Por isso, eu decidi focar a minha pesquisa na demografia dos Guajajara, explorando elementos específicos de sua população.

Crianças numa escola na aldeia de Cana Brava

Segundo Mércio Gomes, um antropólogo brasileiro, havia mais ou menos 3.000 indígenas Guajajara, quando entraram em contato com os europeus pela primeira vez. Previsivelmente, essa invasão levou ao enfraquecimento da população; através de uma combinação de guerra e doença, a estimativa da quantidade de indígenas Guajajara baixou para 2.000, em 1942. Ao longo do tempo, entretanto, esse número começou a aumentar devido a uma diminuição do contato com os brancos ou ao desenvolvimento de uma relação mais amável entre eles, talvez; hoje em dia, vivem mais de 13.000 Guajajara nas suas Terras Indígenas, espalhados pelo estado do Maranhão.

Mércio Pereira Gomes, o antropólogo supracitado

Interessante, esses dados não incluem aqueles membros da comunidade que migraram para as cidades, procurando trabalho em resposta às invasões dos madeireiros e empresários brasileiros. Essa tendência tem contribuído com uma dinâmica social interessante: a maior parte dos casamentos interétnicos envolvendo os Guajajara não ocorre entre uma mulher indígena e um homem branco, mas entre rapazes indígenas e moças brancas. Muitos dos migrantes para as cidades são homens jovens, e alguns acabam por começar uma família nesse ambiente novo; de outro lado, as mulheres Guajajara representam uma espécie de comodidade para os seus parentes, um incentivo para os rapazes na comunidade  ajudarem a apoiarem a sua família.

De qualquer forma, seria interessante pensar na maneira em que esses detalhes demográficos afetam a representação dos Guajajara na esfera política, principalmente nesta época contenciosa.

 

Referências para fotos:

  1. https://img.socioambiental.org/d/210578-1/guajajara_6.jpg
  2. https://edwardluz.files.wordpress.com/2014/03/adcc6-mc3a9rcio.jpg?w=640

Os Guajajara: Guardiões da Floresta

 

Essa semana, eu queria enfocar-me não nos Guajajara em geral, mas em um indivíduo específico, que está trabalhando para asseverar a segurança do seu povo no futuro.

Claudio da Silva, o supracitado líder dos Guardiões da Floresta

Cláudio da Silva, um membro duma comunidade Guajajara situada no estado de Maranhão, é o líder de um grupo armado chamado os Guardiões da Floresta. Este grupo patrulha o território do seu povo todos os dias, procurando madeireiros, fazendeiros, e outros grupos que querem aproveitar de sua terra ilegalmente. No princípio, os Guardiões me fizeram lembrar do grupo que decidiu demarcar a sua terra no filme Amazónia Inc., dirigido por Estevão Ciavatta. Ao contrário desses outros indivíduos, entretanto, os métodos que da Silva emprega são um pouco mais diretos; alguns dos seus críticos até os chamariam de hostis. Em um artigo escrito por Sam Eaton, para The Week, da Silva  conta de uma excursão, na qual ele cortou uma máquina industrial aos pedaços usando uma motosserra, um aviso aos madeireiros ilegais para não voltarem ao seu território.

“Amazonia, Inc.” foi exibido em Princeton num evento patrocinado pelo Brazil LAB

De um lado, estes esforços, obviamente, têm sido bastante efetivos. Os Guajajara, e o resto da população indígena, vivem em  uma situação perigosíssima; muito dinheiro está em jogo para os seus invasores, assim, muitos não se importam de usar métodos inumanos para poderem cultivar em paz. A esse respeito,  talvez uma metodologia mais extrema seja útil; as ações de da Silva são hostis, mas o terror que ele quer manifestar deve ser um impedimento eficaz. Ao mesmo tempo, isso é uma aposta perigosa também. Se os madeireiros e fazendeiros não abandonarem a luta, da próxima vez voltarão com mais armas, mais guardas, e menos hesitação. Por isso, eu espero que este método não seja o único que o povo Guajajara empregue nos seus esforços, se não as consequências poderão ser trágicas.

Referências para fotos:

  1. https://images.theweek.com/sites/default/files/styles/large/public/d3-01-dasilva.jpg?itok=EWty7HYn
  2. https://spo.princeton.edu/events/brazil-lab-film-series-amazonia-inc-series-estevao-ciavatta

Os Guajajara: Assassinatos Indígenas e o Terror

 

A semana passada, eu escrevi sobre os Guardiões da Floresta, um grupo de indígenas Guajajara, que protege o seu território usando métodos relativamente agressivos, principalmente em comparação com outros grupos que tem essa mesma missão. Nessa altura, eu achei a sua estratégia promissora; no fim das contas, os madeireiros e outros invasores utilizaram métodos igualmente violentos, então, faz sentido eles tentarem ameaçá-los também.

Membros de outro grupo indígena empregando métodos similarmente agressivos na sua defesa do seu território

Hoje, entretanto, eu descobri que o meu medo de que estas estratégias levassem a mais conflito já tinha sido confirmado. No dia 16 de agosto, o corpo de Jorginho Guajajara, o cacique de uma comunidade no Maranhão, foi encontrado dentro de um rio, na cidade de Arame. Apesar de não pertencer a esse grupo mais “radical,” digamos, Jorginho acabou por ser uma vítima da violência, que pode ter resultado dos esforços dos Guardiões.

Um camião queimado pelos Guardiões durante uma patrulha

Segundo a um artigo que discute a sua morte, Jorginho é só um de quase 80 Guajajaras, que foram assassinados dessa forma, e nesta região desde o ano 2000; este rio em particular tem sido uma área popular para os inimigos dos indígenas largarem os cadáveres. Essa informação foi um choque para mim. Nas nossas discussões, temos falado muito sobre os desequilíbrios de poder que existem nesta luta; obviamente, os madeireiros e outros invasores têm dinheiro e, portanto, a força que esse dinheiro provê. Mas esses homicídios são uma indicação de uma realidade até mais grave, uma realidade na qual as empresas têm controle não só do território, mas da vida humana também. Apesar dos esforços de indivíduos como  Sônia Guajajara, que trabalham para exigir uma reação do governo, esses povos continuam presos em metodologias e estratégias que servem para justificar a violência fatal que as empresas utilizam para controlá-los.

Referências para fotos:

  1. https://ogimg.infoglobo.com.br/in/13836354-395-ae0/GEOMIDIA/375/2014-748539280-20140904091302635rts.jpg_20140904.jpg
  2. https://assets.survivalinternational.org/pictures/13115/whatsapp-image-2018-05-13-at-00-33-34-1_article_column.jpeg

Os Guajajara: [Diário de Viagem] Uma Exploração Narrativa, Parte 1

Introdução

Bem-vindos ao meu diário de viagem! Eu me chamo Maurício, e estudo no Instituto de Biociências, na Universidade de São Paulo, com um foco especial nos departamentos de Ecologia e Botânica. Esse ano, eu recebi uma subvenção para começar a minha tese. Dado o meu interesse na sustentabilidade e nas múltiplas formas em que o Estado brasileiro tem ignorado a sua importância, eu decidi usar esse dinheiro para estudar a forma com que outras comunidades enfrentam o desafio da conservação. A primeira dessas comunidades será um grupo de nativos Guajajara, situado em Cana-Brava, uma aldeia pequena no estado do Maranhão, e que fica há apenas 15 quilômetros da costa norte do Brasil.[1] Eu ouvi dizer que este povo tem uma relação bastante única com o meio-ambiente, então, concluí que eles seriam um ponto de começo ótimo! Graças ao meu amigo que tem família nessa área, o cacique já aprovou a visita e está preparando a aldeia para a minha chegada nesta terça-feira. Essa viagem não será fácil (quarenta horas de carro não é brincadeira), mas eu estou otimista com respeito à minha pesquisa.[2] Eu só espero que eles tenham a mesma atitude a respeito da minha presença na sua comunidade.

29 de novembro de 2017 – Povoado Cana-Brava, Município de Maranhão

Bom dia, pessoal! Eu estou escrevendo esta entrada no começo do meu segundo dia entre os Guajajara. Infelizmente, o meu horário de ontem esteve tão cheio que não houve oportunidade de documentar as minhas primeiras experiências em Cana-Brava; espero que a minha memória não falhe agora!

Eu terminei o último segmento da minha viagem anteontem por volta de onze da noite. Quando cheguei no povoado, o cacique já estava à minha espera. Este líder, um homem alto e bastante moreno que se chama Ze’e[3], recebeu-me com muito prazer e levou-me para a sua casa, onde tinha preparado um quarto para mim. Naquele momento, eu estava tão cansado que teria dormido na rua se fosse a minha única opção! Felizmente, não foi preciso fazer isso, e assim terminou a minha primeira noite em Cana-Brava.

O dia seguinte começou cedo, logo ao nascer do sol; depois de um pequeno-almoço composto de arroz e abobrinha, dois produtos cultivados pela própria comunidade, o Ze’e insistiu em levar-me num tour guiado pela aldeia e os seus arredores[4]. Sendo o único líder deste povo, o Ze’e normalmente está muito ocupado com a supervisão dos seus membros e da logística cotidiana. Porém, como é raro eles terem visitas interessadas nas facetas agrícolas e sustentáveis de sua cultura, ele decidiu tirar um dia de folga para mim.

Nós passamos a primeira metade deste dia caminhando de casa em casa, falando com os membros da comunidade. Tradicionalmente, explicou-me o Ze’e, os povos Guajajara estão divididos em famílias nucleares, cada uma delas ocupando uma residência na aldeia.[5] Eu apreciei muito esta oportunidade para conhecer as pessoas que compõem este povo; como eu nasci e passei os primeiros vinte e dois anos da minha vida na cidade de São Paulo, nunca tinha conhecido um membro ativo de uma comunidade indígena, muito menos famílias inteiras. Um aspecto destas reuniões que me surpreendeu foi o tratamento holisticamente amável que eu vivenciei. Sendo uma pessoa branca, sem conexão com o mundo indígena, eu pensava que esta gente ia ficar desconfiada de mim; afinal de contas, eu não pertencia ao seu mundo, e o povo Guajajara carrega na memória uma história trágica devido a pessoas parecidas comigo. Mas, graças ao meu interesse no meio ambiente, ou talvez à convicção do cacique, eles receberam-me de braços abertos, uma experiência inesperada.

Depois desta série de reuniões, tive a oportunidade de começar a minha pesquisa com a ajuda de alguns agricultores indígenas. Segundo a tradição dos Guajajara, a maior parte da agricultura realiza-se em casa; normalmente, cada família possui um terreno entre 1 hectare e 4 hectares, no qual podem cultivar o que quiserem.[6] Mas, como Cana-Brava é maior que a aldeia Guajajara típica, também dedicaram uma porção do seu território a uma roça comunal. Foi essa terra, e o edifício utilizado para o depósito das colheitas, que Ze’e me mostrou.

Como ainda nem terminou o mês de novembro, falta muito tempo para a maior parte das safras crescerem; fazendeiros normalmente esperam até esta etapa para plantarem a soja e o milho, e os Guajajara devem fazer o mesmo com a mandioca, o amendoim, o arroz, a abóbora, e as outras comidas das quais eles se sustentam.[7] Além disso, o Ze’e também me mostrou uma planta que eu nunca tinha visto (uma ocasião especial, considerando a minha especialização!). Esta espécie, chamada de canapu pelos Guajajara, é um arbusto com frutas amarelas, medindo uns 50 ou 60 centímetros de altura. Na verdade, eu já tinha visto esta planta durante o nosso passeio; a aldeia está cheia delas! Aparentemente, os Guajajara não comem o canapu porque, segundo a sua religião, os seus antepassados comeram da sua fruta antes de que Maíra, o seu criador, lhes conferisse conhecimento sobre a agricultura.[8] Não pensava que ia aprender tanto sobre os mitos deste povo (e logo no primeiro dia também!), mas foi uma experiência bastante interessante com certeza.

Durante algum tempo, então, ficamos no terreno, falando sobre tudo e mais alguma coisa: a relação entre os Guajajara e o meio-ambiente, o seu papel como cacique na promoção de uma mentalidade ecológica, e a lista continua! Assim foram as horas passando, eu aprendendo não só sobre a botânica do Estado de Maranhão, mas também desta comunidade simultaneamente enorme e tão tragicamente invisível. É claro que eles estão cá; são o maior grupo indígenano Brasil, e têm uma presença especialmente marcada no nordeste do país.[9] Mas, apesar disso tudo, eu não sabia nada sobre os meus vizinhos indígenas antes deste primeiro dia, e suspeito que a mesma ignorância (intencional ou não) caracteriza a muitos outros membros da população brasileira.

Assim, o meu primeiro dia em Cana-Brava deixou-me com um objetivo duplo para o resto do meu tempo aqui. Por um lado, obviamente, continuarei a minha pesquisa. Eu vou ter que escrever uma tese em algum momento, então é melhor eu preparar-me agora! Por outro lado, entretanto, eu também quero aprender mais sobre estas pessoas que me receberam, que trataram a um desconhecido como se fosse da família. Eu espero que este segundo dia traga até mais oportunidades para alcançar esse objetivo; de qualquer forma, vocês serão os primeiros a saber! O Ze’e deve estar à minha espera para tomar o café da manhã, então vou concluir esta primeira entrada aqui. Até já!

 

 

Nota: Eu fiz o possível para só utilizar informação (geográfica e biográfica em relação aos Guajajara) que fosse correta e corrente. Eu tive alguma dificuldade em encontrar certas peças de informação, e acabei por usar a minha imaginação nestes casos. Os casos são os seguintes:

  • Eu não encontrei uma aldeia especificamente Guajajara, então escolhi a povoada Cana-Brava, que está situada numa região com muitos destes indígenas
  • Eu presumi que existe nessa aldeia um cacique, e eu lhe dei um nome que achei apropriado
  • Eu não sei se existe uma terra cultivada central nessa aldeia, mas inclui-a por razões narrativas

 

Bibliografia:

  1. “Guajajara.” Povos Indígenas do Brasil. Accessed September 26, 2018. https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guajajara.

Notas de rodapé:

[1] Eu encontrei esta aldeia usando a aplicação de Google Maps.

[2] Eu também usei o Google Maps para fazer esta calculação.

[3] Baseei o seu nome na palavra Guajajara ze’egete, o nome que eles deram à sua língua e que significa “fala boa.” Achei apto para esta personagem, como ele é uma espécie de guia para o Maurício, transmitindo informação como um idioma. (bom!)

[4] “Guajajara,” Povos Indígenas do Brasil, accessed September 26, 2018, https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guajajara.

[5] Ibid.

[6] Ibid.

[7] Ibid.

[8] Ibid.

[9] Ibid.

Os Guajajara: [Diário de Viagem] Uma Exploração Narrativa, Parte 2

5 de dezembro de 2017 – Povoado Cana-Brava, Município de Maranhão

Bom dia, pessoal! Desculpem a falta de entradas durante estes últimos dias; eu tenho estado muito mais ocupado do que antes imaginava, graças ao Ze’e e ao resto da comunidade. Tem sido uma semana bastante instrutiva, tanto para a minha pesquisa como para o meu objetivo de conhecer melhor este povo, e estou empolgado para compartilhar as minhas histórias com vocês!

Eu passei os primeiros dias da semana aprendendo mais sobre o sistema agrícola do qual estes fazendeiros participam. Infelizmente, como expliquei na minha última entrada, ainda não está na época de colheita. Por isso, depois dum crash course (como dizem os Americanos!) sobre os seus produtos importantes, vi de primeira mão como esses bens são vendidos. O André, um agricultor que vive em Cana Brava, levou-me a vários destinos perto da aldeia onde ele normalmente troca as suas mercadorias; paramos em todo o tipo de lugar, duma cabana isolada no meio do mato a Tutóia, uma cidade ribeirinha que depende dos seus vizinhos para arroz, mandioca, e outros bens comerciais.[1] Foi interessante observar as interações entre o André e os membros destas comunidades; apesar de não pertencerem ao mesmo grupo, existe uma relação simultaneamente amável e respeitosa entre todos, talvez devido à vida semiperiférica que eles compartilham.

Nos dias seguintes, entretanto, mudamos de temática. Quando falamos a semana passada, o Ze’e notou o meu interesse na “experiência Guajajara”. Por isso, ele resolveu ajudar-me a aprender um pouco mais sobre a cultura, começando com a língua. Segundo ele, muitos Guajajara sabem falar português (ainda bem, se não eu estaria numa situação difícil!); este idioma serve como uma língua franca, principalmente nos negócios comerciais.[2] Mas, ao mesmo tempo, também têm uma língua utilizada exclusivamente entre eles. Esta foi o idioma que eu comecei a aprender.

Nós começamos com elementos básicos: bom-dia (çané cuêm), boa-noite (çané caroc), e outras frases uteis para qualquer visitante na comunidade.[3] Esta língua não tem nada a ver com o português nem com o inglês, então esta primeira parte foi bastante difícil. De vez em quando, para variar um pouco, ele mostrava-me alguns documentos traduzidos para o Guajajara, o mais interessante sendo uma copia da Bíblia Sagrada.[4] Isto levou a outra transição em foco; depois de uns dias praticando o idioma da comunidade, comecei a aprender um pouco sobre a sua fé também!

Antes do colonialismo, 100% dos Guajajara participavam no mesmo sistema cosmológico, o qual segue um formato típico entre os povos Tupi-Guarani. Como outras tribos deste grupo, os Guajajara acreditam em Maíra, um deus que criou a raça humana e os espíritos e seres sobrenaturais chamados de karowara.[5] Nesta época, ainda havia uma ênfase notável no ritual e no xamanismo; infelizmente, os portugueses trouxeram a sua religião consigo quando vieram para cá. Hoje em dia, 60% da população considera-se cristã, enquanto os outros 40% (que inclui o Ze’e e a sua tribo) ainda seguem a tradição original.[6] Por acaso, ele hoje convidou-me a participar na awashire-wehuhau, a Festa do Milho, quando chegar a época das chuvas; a melhor forma de aprender é através da ação, então esta será uma experiência bastante informativa.

Bem, estes últimos dias foram cansativos, mas a próxima semana será até mais cheia! Fui convidado para uma reunião dos caciques do Maranhão e o Ze’e prometeu introduzir-me a eles todos! Antes disso, entretanto, preciso descansar e refletir um pouco sobre estas primeiras semanas. Eu não sei até que ponto estas experiências vão ajudar-me a escrever a minha tese, mas eu sei uma coisa de certeza: eu estou ansioso para ver até onde o resto do meu tempo entre os Guajajara vai levar-me. Até já!

 

Bibliografia:

  1. “Guajajara.” Language Museum. Accessed October 18th, 2018. http://www.language-museum.com/encyclopedia/g/guajajara.php.
  2. “Guajajara.” Povos Indígenas do Brasil. Accessed October 18th, 2018. https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guajajara.
  3. “Guajajara in Brazil.” Joshua Project. Accessed October 18th, 2018. https://joshuaproject.net/people_groups/11951/BR.
  4. Vocabulário Guajajara.” Vocabulário e dicionários de línguas indígenas brasileiras. Accessed October 18th, 2018. http://www.geocities.ws/indiosbr_nicolai/guajajara1.html.

 

Notas de rodapé:

[1] Eu também encontrei esta aldeia usando o Google Maps.

[2] “Guajajara,” Povos Indígenas do Brasil, accessed September 26, 2018, https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guajajara.

[3] “Vocabulário Guajajara,” Linguas Indígenas Brasileiras, accessed October 18th, 2018, http://www.geocities.ws/indiosbr_nicolai/guajajara1.html.

[4] O texto que me inspirou a escrever esta parte está disponível aqui: http://www.language-museum.com/encyclopedia/g/guajajara.php.

[5] “Guajajara,” Povos Indígenas do Brasil, accessed September 26, 2018, https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Guajajara.

[6] Guajajara in Brazil,” Joshua Project, accessed October 18th, 2018, https://joshuaproject.net/people_groups/11951/BR.

Poema Totem

Poema Totem de Andre Vallias

O poema Totem de André Vallias serviu como guia inicial do curso.  Cada estudante escolheu, ao acaso, um dos nomes dos povos indígenas do Brasil para pesquisar e escrever sobre. O resultado dessa pesquisa está reunido neste site.

POEMA TOTEM: transcrição do poema com todos os nomes

Sou guarani kaiowá
munduruku, kadiwéu
arapium, pankará
xokó, tapuio, xeréu

yanomami, asurini
cinta larga, kayapó
waimiri atroari
tariana, pataxó

kalapalo, nambikwara
jenipapo-kanindé
amondawa, potiguara
kalabaça, araweté

migueleno, karajá
tabajara, bakairi
gavião, tupinambá
anacé, kanamari

deni, xavante, zoró
aranã, pankararé
palikur, ingarikó
makurap, apinayé

matsés, uru eu wau wau
pira-tapuya, akuntsu
kisêdjê, kinikinau
ashaninka, matipu

sou wari’, nadöb, terena
puyanawa, paumari,
wassu-cocal, warekena
puroborá, krikati
ka’apor, nahukuá
jiahui, baniwa, tembé
kuikuro, kaxinawá
naruvotu, tremembé

kuntanawa, aikanã
juma, torá, kaxixó
siriano, pipipã
rikbaktsá, karapotó

krepumkateyê, aruá
kaxuyana, arikapu
witoto, pankaiuká
tapeba, karuazu

desana, parakanã
jarawara, kaiabi
fulni-ô, apurinã
charrua, issé, nukini

aweti, nawa, korubo
miranha, kantaruré
karitiana, marubo
yawalapiti, zo’é

parintintin, katukina
wayana, xakriabá
yaminawá, umutina
avá-canoeiro, kwazá

sou enawenê-nawê
chiquitano, apiaká
manchineri, kanoê
pirahã, kamaiurá

jamamadi, guajajara
anambé, tingui-botó,
yudjá, kambeba, arara
aparai, jiripancó

krenak, xerente, ticuna
krahô, tukano, trumai
patamona, karipuna
hixkaryana, waiwai

katuenayana, baré
menky manoki, truká
kapinawá, javaé
karapanã, panará

sakurabiat, kaingang
kotiria, makuxi
maxakali, taurepang
aripuaná, paresi

iranxe, kamba, tuxá
tapirapé, wajuru
mehinako, kambiwá
ariken, pankararu

sou guajá, djeoromitxi
koiupanká, tunayana
ikolen, dow, wajãpi
amawáka, barasana

kubeo, kulina, ikpeng
ofaié, hupda, xipaya
suruí paiter, xokleng
tupiniquim, kuruaya

zuruahã, galibi
tsohom-dyapa, waujá
xukuru, kaxarari
tuyuka, tumbalalá

borari, amanayé
hi-merimã, aikewara
kujubim, arikosé
arapaço, turiwara

kalankó, pitaguary
shanenawa, tapayuna
coripaco, kiriri
kaimbé, kokama, makuna

matis, karo, banawá
chamacoco, tenharim
tupari, krenyê, bará
wapixana, oro win

sateré mawé, guató
xetá, bororo, atikum
ye’kuana, tiriyó
canela, mura, borum

Os Potiguara: uma introdução

O povo indígena Potiguara é notável por ser, em muitos aspectos, o oposto dos estereótipos populares sobre os indígenas brasileiros. Os Potiguara, membros da família linguística Tupi-Guarani, conseguiram fundar uma sociedade altamente complexa com uma cultura única, incluindo um sistema político desenvolvido, fortes capacidades de guerra, e um sistema religioso, que celebra as festas dos santos populares. Muitos outros grupos indígenas no Brasil não conseguiram manter um nível tão alto de atividades, mas os Potiguara foram provavelmente ajudados por seu número de habitantes (quase 11,000 pessoas, o que é muito mais do que a maioria de grupos indígenas brasileiros), o que permitiu-lhes ganhar auto-suficiência. Existe um debate sobre o significado do nome “Potiguara”. Alguns dizem que quer dizer “comedores de camarão”, provavelmente porque moram perto do litoral. Outros dizem que significa “mascador de fumo”. No entanto, como todos os outros grupos indígenas, o grupo Potiguara também está preocupado com o meio ambiente. Os Potiguara são afortunados por viverem no Nordeste do país, uma área de riqueza natural. Moram em aldeias perto da costa e de vários rios, incluindo o Rio Tinto,  que lhes ajuda a regar as plantas cultivadas. Outro fato que achei muito interessante é que os Potiguara são famosos por serem um destino de turismo étnico, para que os brasileiros possam conhecer o modo de vida dos Potiguara como o cruzamento entre culturas tradicionais brasileiras e indígenas.

Fontes:

https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Potiguara

http://www.trilhasdospotiguaras.com.br/pt-br/historia/os-potiguaras-do-seculo-xxi/

https://i.ytimg.com/vi/N4cHBK2MQp0/hqdefault.jpg

Os Potiguara: a história e a educação

Muitas vezes associamos a história com palavras na página de um livro didático, mas, na realidade, trata-se um constructo vivo, que existe, sobretudo, fora do mundo escrito. Sérgio Bairon, da USP, fala da importância de “estar presente” na compreensão da história de um grupo. Esse conceito é critico para entendermos o modo de vida dos grupos indígenas no Brasil. Todos os dias, indivíduos ao redor do mundo escrevem a sua própria história, tanto como os indígenas Potiguara, que têm uma história que sempre está expandindo e evoluindo. A língua serve para rastrear o passado de um povo.

Nos últimos vinte anos, o povo Potiguara tem visto uma ressurgência no interesse em estudar a sua língua nativa, o Tupi; a demanda tem ultrapassado a quantidade de professores. Novas medidas nas escolas Potiguara enfatizam a cultura de seu povo através da língua Tupi e da arte, além da história. Eu acho muito importante esses esforços de reintroduzir a língua Tupi, sobretudo para os jovens Potiguara.  Ao aprenderem essa língua, apenas por estarem presentes, os estudantes Potiguara estão, ao mesmo tempo, criando a sua própria história, mas também preservando elementos antigos de sua cultura. Além disso, trazer de volta a língua Tupi é uma forma especialmente adequada para os jovens Potiguara entrarem em contato com as suas raízes, porque enfatiza a tradição oral, algo que é de suma importância para o conhecimento da história indígena.

Fontes:

http://www.trilhasdospotiguaras.com.br/en/historia/os-potiguaras-do-seculo-xxi/

https://joshuaproject.net/people_groups/14453/BR

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/38/Slide27.JPG

Os Potiguara: Poran Potiguara, estudante e ativista

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A separação entre os costumes da população brasileira e o dos povos indígenas permanece bastante pronunciada, embora existam algumas maneiras pelas quais os Potiguara gostariam de ser mais integrados, especialmente na questão do ensino superior. Como vimos no blog anterior, nas escolas Potiguara estão promovendo a alfabetização tanto na língua Tupi quanto na portuguesa, mas a educação superior ainda é menos comum. A nova Lei de Cotas (Lei federal 12.711) tem reservado lugares para indígenas com requisitos especiais para ajudá-los a entrar nas universidades. Por causa disso,  Poran Potiguara pode começar a estudar na Universidade de Brasília. Grato pela oportunidade, nesta entrevista, Poran disse que ainda é difícil ser um estudante indígena m euma instituição esmagadoramente branca e cheia de preconceitos. Ao mesmo tempo, ele está determinado a não apenas obter uma educação, mas a educar seus companheiros na universidade sobre sua herança Potiguara e seu modo de vida. O povo Potiguara não procura viver uma vida privada – compreendem que ao partilhar as suas ideias e modos de vida com o público brasileiro, eles garantem que suas histórias perdurarão dentro e fora de sua comunidade. Estão orgulhosos de sua cultura, algo que é evidente pelo fato de que eles são famosos por oferecer o turismo étnico. Estudantes como Poran Potiguara são essenciais para a sobrevivência da cultura Potiguara porque não só atuam como ativistas de sua comunidade para todo o Brasil, más também podem levar seus novos conhecimentos universitários de volta para casa ajudando o povo Potiguara.

Fontes:

https://www.op9.com.br/pb/noticias/educacao-superior-e-um-dos-sonhos-de-indios-potiguaras-no-estado/

https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSdp0spXFiHX9Efyasaao6enTLKYfGPJGSCHNgJBvH5d02vR6tl6w

Nessa entrevista,  Sônia Guajajara apresenta alguns elementos sobre a experiência indígena no Brasil atual. Os temas incluem a sua experiência política, a representação e a presença dos Guajajara no mundo brasileiro, e o papel das mulheres nos esforços sociais.

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