Princeton University

Autor: Michael Pereira

Kuntanawa: O Povo do Coco Fotos

Um exemplo do ritual do rapé onde se inala o pó espiritual pelo nariz.

Uma versão do ritual da dança Kuntunawa

O pó de rapé numa jarra sendo preparado para ser usado.

Haru Kuntanawa, o líder do povo Kuntanawa.

Outro exemplo do ritual de rapé.

Haru Kuntanawa come xamãs e outros do povo no ritual da Ayahuasca.

Uma foto da aldeia do povo em um ritual.

Outra foto de parte do terreno  Kuntanawa no  Alto Juruá.

 

Fontes:

Kuntanawa • Sansarah

https://katukina.com/doc/kuntanawa-tribe

https://www.twgram.me/tag/kuntanawa/

https://www.websta.org/catherineadunni

O uso do rapé

https://entheonation.com/author/lornaliana/

https://uc.socioambiental.org/en/uso-sustentável/upper-juruá-resex-conservation-acquires-a-local-meaning

https://hiveminer.com/Tags/desana/Recent

Kuntanawa: Uma Cultura em Reconstrução

O grupo Kuntanawa é um povo indígena que sobreviveu a perseguição no século XX.  Hoje existem cerca de 400 membros no total, mas nem todos vivem juntos, e o grupo mais concentrado vive perto do rio Tejo, na Reserva Extrativista do Alto Juruá , no Estado do Acre.

Essa reserva foi criada também para os seringueiros da área. Então,  há conflito entre eles e o povo Kuntunawa porque vivem tão pertos. Crianças indígenas são maltratadas nas escolas por serem índios e “escuros,” e caçadores atuam no território designado como indígena. Assim,  o grupo pede pela demarcação de seu território.

Mas a demarcação apenas não resolveria todos os problemas do grupo; após a perseguição sofrida no século XX, o grupo Kuntanawa perdeu muita de sua cultura,  especialmente a língua indígena e os seus vários rituais. Hoje, eles falam todos o portugês e apenas os mais velhos e xamãs falam a língua indígena. O uso de rituais também diminuiu, como o uso do pó sagrado chamado rapé ,que purifica o corpo. Além disso, os sobreviventes não tinham lugar para viver.

No entanto, o grupo preservou-se e, hoje, é um cultura em reconstrução. Eles pediram ajuda de outros povos do Acre, e aprenderam ou continuaram os costumes que tinham perdido, incluindo o uso do rapé e também o uso da bebida sagrada, ayahuasca, assim como várias formas de danças ritualísticas. Os mais velhos do grupo estão ensinando o que sabem da língua indígena para as crianças, e é comum ouvir o idioma em muitos dos rituais hoje em dia. Mas para reconstruir a cultura Kuntanawa do passado é necessária a demarcação do seu território.

Esse é de fato um problema que quase todos os povos indígenas afrontam, e é verdade que alguns já tiveram sucesso, especialmente os grupos maiores, mas grupos pequenos como o Kuntanawa não têm uma voz tão poderosa, e é difícil receber o reconhecimento do governo. Em  2013, eles se juntaram a vários outros povos indígenas do Acre, e escreveram uma carta dirigida ao público dizendo que o governo brasileiro não está respeitando os direitos dos índios, e que estão destruindo a floresta e usando os seus recursos sem limites. Pediram pela demarcação imediata de suas terras e a ação das Nações Unidas.

O problema da demarcação  continua até hoje. Em 2017, a Justiça Federal, em Cruzeiro Sol, deu ganho ao grupo Kuntanawa, e deu ao governo 24 meses para demarcar o território; e aqui estamos, hoje,  e nada foi feito. Além disso, com Jair Bolsonaro como presidente, não parece que o grupo Kuntanawa vai ter sorte, mas, de toda maneira,  a luta continua, e os Kuntanawa não vão parar até terem seu território reconhecido.

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