Princeton University

Autor: Marilia Librandi

Poema Totem

Poema Totem de Andre Vallias

O poema Totem de André Vallias serviu como guia inicial do curso.  Cada estudante escolheu, ao acaso, um dos nomes dos povos indígenas do Brasil para pesquisar e escrever sobre. O resultado dessa pesquisa está reunido neste site.

POEMA TOTEM: transcrição do poema com todos os nomes

Sou guarani kaiowá
munduruku, kadiwéu
arapium, pankará
xokó, tapuio, xeréu

yanomami, asurini
cinta larga, kayapó
waimiri atroari
tariana, pataxó

kalapalo, nambikwara
jenipapo-kanindé
amondawa, potiguara
kalabaça, araweté

migueleno, karajá
tabajara, bakairi
gavião, tupinambá
anacé, kanamari

deni, xavante, zoró
aranã, pankararé
palikur, ingarikó
makurap, apinayé

matsés, uru eu wau wau
pira-tapuya, akuntsu
kisêdjê, kinikinau
ashaninka, matipu

sou wari’, nadöb, terena
puyanawa, paumari,
wassu-cocal, warekena
puroborá, krikati
ka’apor, nahukuá
jiahui, baniwa, tembé
kuikuro, kaxinawá
naruvotu, tremembé

kuntanawa, aikanã
juma, torá, kaxixó
siriano, pipipã
rikbaktsá, karapotó

krepumkateyê, aruá
kaxuyana, arikapu
witoto, pankaiuká
tapeba, karuazu

desana, parakanã
jarawara, kaiabi
fulni-ô, apurinã
charrua, issé, nukini

aweti, nawa, korubo
miranha, kantaruré
karitiana, marubo
yawalapiti, zo’é

parintintin, katukina
wayana, xakriabá
yaminawá, umutina
avá-canoeiro, kwazá

sou enawenê-nawê
chiquitano, apiaká
manchineri, kanoê
pirahã, kamaiurá

jamamadi, guajajara
anambé, tingui-botó,
yudjá, kambeba, arara
aparai, jiripancó

krenak, xerente, ticuna
krahô, tukano, trumai
patamona, karipuna
hixkaryana, waiwai

katuenayana, baré
menky manoki, truká
kapinawá, javaé
karapanã, panará

sakurabiat, kaingang
kotiria, makuxi
maxakali, taurepang
aripuaná, paresi

iranxe, kamba, tuxá
tapirapé, wajuru
mehinako, kambiwá
ariken, pankararu

sou guajá, djeoromitxi
koiupanká, tunayana
ikolen, dow, wajãpi
amawáka, barasana

kubeo, kulina, ikpeng
ofaié, hupda, xipaya
suruí paiter, xokleng
tupiniquim, kuruaya

zuruahã, galibi
tsohom-dyapa, waujá
xukuru, kaxarari
tuyuka, tumbalalá

borari, amanayé
hi-merimã, aikewara
kujubim, arikosé
arapaço, turiwara

kalankó, pitaguary
shanenawa, tapayuna
coripaco, kiriri
kaimbé, kokama, makuna

matis, karo, banawá
chamacoco, tenharim
tupari, krenyê, bará
wapixana, oro win

sateré mawé, guató
xetá, bororo, atikum
ye’kuana, tiriyó
canela, mura, borum

Os Cinta Larga

Os Cinta Larga foram contactados pela primeira vez em 1915 pelo Marechal Candido Rondon, un oficial militar brasileiro. O povo recebeu o nome em referência as longas cintas feitas de casca tipicamente usadas por eles. Apesar do nome, as cintas são usadas cada vez menos nos últimos anos.

Em 2014, foi estimado que o grupo  é composto de cerca de dois mil membros.  Sua língua ertence a famíia lingüística Macro-tupi. A area dos Cinta-Larga  é a parte ocidental da Amazônia, especificamente a Reserva Roosevelt, uma reserva de quase 3 milhões de hectares.

O povo Cinta Larga teve uma história difícil com pessoas de fora. Por longo tempo, seu território foi usado para exploração da borracha. Além disso, a descoberta de diamantes na Terra Indígena Roosevelt, em 1999, trouxe ao grupo mais problemas. A mineração sempre foi proibida na terra dos Cinta Larga, o que levou a taxas mais altas de mineração ilegal. Como resultado, os indígenas enfrentam inúmeras lutas, desde o desmatamento até a introdução de drogas, álcool e prostituição em sua sociedade. Nesta entrevista, citada abaixo, o nativo Marcelo Cinta Larga disse que apóia a legalização da mineração para evitar a mineração ilegal de diamantes. Ele tambem acha que traria mais dinheiro para a área.

Entrevista

 

A cultura material dos Kaingang

Complementando as informações de Francisca sobre a situação atual e a politica do povo Kaingang, eu vou usar  meu blog para falar sobre suas artes. Os Kaingang têm uma rica tradição observada em documentos históricos europeus desde os primeiros encontros com  eles. Usando uma grande variedade de materias nativos do sul do Brasil, eles fazem tecidos, cestaria, e cerâmica, e, alem disso, armas, instrumentos e utensílios. Uma coisa que me interessa sobre a cultura material dos Kaingang, e que se distancia de minha percepção sobre a arte informada pela tradição europeia, é a maneira pela qual esses objetos reformulam distinções entre as categories do decorativo e do útil.

O grafismo Kaingang, por exemplo, que pode ser observado em todas as mídias, inclusive na pintura do corpo, tem uma importância social e cosmológica, que faz dessas formas geométricas abstratas significativas, além da estética. Como descreve o antropólogo Sérgio Batista dos Santos,

“Os trançados expostos nas cidades, nas feiras de domingo, na beira de estradas ou em qualquer lugar em que esteja um Kaingang, não são apenas wõgfy (trançados em geral, que podem ser kre—cestos—ou tugfy—trançados aplicados a objetos os mais variados, como garrafas, flechas, arcos-): são marcas visíveis da diferença, uma vez que são parte de um Sistema de representações visuais (as formas tradicionais dos kre, os grafismos tradicionais presentes), originados por um tradicional e específico Sistema cultural kaingang. Além disso, seus trançados revelam formas e grafismos vinculados à percepção dual Kaingang do cosmo, enfatizando e sintetizando sua organização social baseada em duas metades.”

Encontrei um vídeo com alguns exemplos do grafismo na cestaria aqui:

Há cerca de 45,000 Kaingang, espalhados no territorio que agora faz parte dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Seus vários dialetos pertencem `a familia linguística Jê. As tensões e divisões entre os sub-grupos  Kaingang foram exacerbadas desde o contato inicial com os europeus no século XVI.

A denominação “Kaingang” foi aplicada pelo paranaense, etnógrafo e politico, Telemaco Borba apenas no secúlo XIX para distingui-los do povo Xokleng, com quem eles compartilham uma história comum, mas cuja divergiu. Esse é apenas um dos modos pelos quais sua história foi moldada pelos colonizadores, com quem muitas tribos Kaingang tiveram um contato comparativamente precoce por causa de sua ocupação do litoral.

(Fonte: Sergio Baptista da Silva, “Etnoarqueologia dos Grafismos Kaingang: um modelo para a compreensão das sociedades Proto-Jê meridionais.” Thesis., Universidade de São Paulo, 2001, 168.)

 

 

 

 

Os Bororo, breve apresentação

Pesquisarei sobre os Bororo, ou como eles se autodenominam, Boe, que são hoje aproximadamente 1,800 pessoas.

A palavra “Bororo” significa “pátio da aldeia,” pois relaciona-se  à forma circular das casas, que faz com que o pátio seja o centro da aldeia e o espaço para os seus rituais. Os territórios Bororo não estavam localizados apenas em uma região, mas encontravam-se tanto  perto da Bolivia, no oeste, como no centro sul de Goiás, ao leste, nas margens da região dos formadores do Rio Xingu, ao norte, e, no sul, até o Rio Miranda.

No estado do Mato Grosso há 6 Terras Indígenas: Jarudore, Merure, Perigara, Sangradouro/Volta Grande (não designada como terra indígena dos Bororo), Tadarimana e Tereza Cristina.

A língua bororo pertence o tronco lingüístico Macro-Jê; a maioria da população fala português e bororo, mas mais o bororo no cotidiano.

Os Bororo usam o term Boe Wadáru para a sua língua original, e alguns lingüistas a classificaram como do ramo Otuké. No presente, quase toda a população fala a língua bororo. Até o final dos anos 1970 , a missão indígena tinha imposto um regime que proibia que crianças e jovens falassem a língua nativa. Isso mudou  e o ensino bilingue  tornou-se popular.

Atualmente, os Bororo possuem seis Terras Indígenas, no Estado do Mato Grosso,  em um espaço 300 vezes menor do que o território tradicional original. Uma delas, TI Juradori, foi reservada pelo SPI, mas foi continuamente invadida e, agora, é ocupada por uma cidade. Eles também buscam solucionar as questões fundiárias das TI Teresa Cristina  e Sangradouro. Na área Teresa Cristina, ainda lutam pela alteração do traçado da ferrovia Ferronorte.

Filme sobre os Bororo,  1941

Este filme tem o título de “Primitive Peoples of Matto Grosso,” do ano 1941. O filme é uma re-edição de vídeos de 1931, que antes foram editados para o filme “Matto Grosso, the Great Brazilian Wilderness” (1931), um filme sobre a Matto Grosso Expedition. O vídeo está disponível no Youtube, graças ao Penn Museum, pois pertence a suas coleções. Mas o Penn Museum  sabe que o título é muito insensível, e informam que o filme “gives a culturally biased, prejudiced and ethnocentric misinterpretation of Bororo culture.” O roteiro foi feito pelo antropólogo Vincenzo Petrullo, que nas suas observações tinha “bigoted views and reflects serious misunderstandings and mistakes.”

Esse dado contrasta com o o que  está fazendo, na USP, o Professor Bairon, que dá a câmera para os Bororo filmarem o que e como quiserem. Neste filme de 1941, há imagens dos rituais dos Bororo, mas o narrador não explica bem o que acontece, pois não entende o significado dos rituais, considerados “primitivos”, assim como as pessoas que acreditam neles.

 

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