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Os Potiguara: O Ressurgimento do Toré

Na Celebração dos Mortos, patrocinada pelo Departamento de Espanhol e Português (SPO), e pelo Programa de Estudos Latino-Americanos (PLAS), de Princeton, um dos dançarinos mexicanos indígenas disse que os rituais estão voltando. Baseada em minhas pesquisas sobre o grupo Potiguara, parece que este não é só  um fenômeno mexicano – os rituais indígenas no Brasil também estão tendo um retorno. Eles celebram o Toré, um ritual muito antigo, que engloba o seu espírito guerreiro.

O Toré acontece em ocasiões especiais. No passado, era frequentemente realizado após vencerem as guerras. O Toré também honra a terra, por isso, é realizado em ocasiões como o Dia da Colheita. No entanto, esse ritual nem sempre é realizado como uma celebração; pode também ocorrer em momentos de tristeza.

Recentemente, assim como os Potiguaras têm tido mais interesse em aprender sua língua nativa, eles também estão ansiosos em participar do Toré; os rituais realmente parecem estar voltando em grande estilo. Isso é importante porque o Toré exige muita gente. O ritual é composto de três círculos de várias idades; num círculo dançam os mais jovens, depois os chefes, e depois os adultos.

Esse ritual também tem ganhado visibilidade porque os Potiguara abriram o Toré para o público. O dia 19 de abril é o Dia do Índio, e os Potiguaras recebem o público em um grande Toré. Agora, qualquer um pode ter a oportunidade de assistir a um Toré, embora ocorra apenas uma vez por ano.

Fontes:

http://www.trilhasdospotiguaras.com.br/en/historia/os-potiguaras-do-seculo-xxi/

https://joshuaproject.net/people_groups/14453/BR

https://guerreirospotiguara.files.wordpress.com/2011/03/livro-potiguara.jpg

https://3.bp.blogspot.com/-Qi3KIgzvubw/VVKcBL0cOuI/AAAAAAAAbM0/pl6BB2Hd9bI/s1600/DIA%2BDO%2BÍNDIO%2BNA%2BETNIA%2BPOTIGUARA%2BDA%2BPARAÍBA%2B2015%2B(334).JPG

http://www.paraibacriativa.com.br/wp-content/uploads/2015/11/culturas_identitarias_indios_potiguaras.jpg

Os Potiguara: Povo Guerreiro, Povo Pacífico?

Recentemente, há no Brasil mais interesse sobre os costumes indígenas e tem-se visto a ressurgência de celebrações e rituais desses povos. Na vida dos Potiguara, através do turismo étnico, espelha alguma das disparidades entre a percepção brasileira sobre os povos indígenas e a realidade, e um estereótipo que parece persistir é o de que os nativos são bastante “primitivos”.

Na realidade, o povo Potiguara é um povo altamente avançado com ideais e um sistema político baseado na disciplina, uma comunidade muito unida de espiritou guerreiro. Os Potiguara lutaram contra outros grupos indígenas, mas também, às vezes, foram aliadas de outras tribos para lutarem juntos contra os brancos. O fato de que os Potiguara foram capazes de preservar sua sociedade altamente complexa, até hoje, é uma prova de quão fortes e motivados eles são como lutadores. Por um tempo, os Potiguara foram aliados aos portugueses, por exemplo, sob o comandante Potiguara António Filipe Camarão, que dirigiu várias batalhas contra os holandeses. Várias vezes eles mudaram de aliados; o objetivo Potiguara era o de garantir a sua própria liberdade e glória. Assim, é evidente que esses empreendimentos militares demostram, não só a força militar dos Potiguara, mas a astuta estratégia de um povo guerreiro.

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Fontes:

http://www.trilhasdospotiguaras.com.br/en/historia/herois-ou-viloes/

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/66/Victor_Meirelles02.jpg/220px-Victor_Meirelles02.jpg

http://www.terrabrasileira.com.br/indigena/contatos-i/guerras.jpg

Os Potiguara: a saúde

Uma área onde a disparidade entre os recursos dos indígenas, comparados com o restante dos brasileiros fica clara, é no acesso `a saúde. Esse problema não se limita ao Brasil: ao redor do mundo, vemos obstáculos impedindo os grupos, que não são  “elites” da sociedade, de receberem os benefícios médicos básicos e necessários à saúde.

Os indígenas Potiguara são afortunados por serem uma das vozes indígenas mais fortes no Brasil, e solicitam  melhores benefícios de saúde. No entanto, a falta de políticos indígenas, e de indivíduos com as habilidades públicas necessárias para proteger os interesses indígenas, tornou-se muito difícil para os povos indígenas obterem políticas favoráveis. Afinal de contas, os formuladores de políticas tendem a criar uma política que beneficie seus constituintes mais expressivos, e os indígenas tendem a ser o oposto, dado que enfrentam barreiras de idioma e falta de informação sobre o sistema legal e político brasileiro.

Pelo menos, existe um subdepartamento do Ministério da Saúde no Brasil concentrado nas questões de saúde indígena. Além disso, existe uma instituição mais ou menos accessível aos Potiguara: o voto. Eles foram capazes de eleger um novo diretor do Distrito de Saúde Indígena, mas , como disse a advogada Potiguara, Olivânia Oliveira, a política bloqueou overdadeiro progresso, tanto que o novo diretor nem sequer é indígena.

Fontes:

https://www.brasildefato.com.br/2018/05/24/indios-potiguaras-fazem-manifestacao-para-mudancas-na-coordenacao-da-saude-indigena/

http://portalms.saude.gov.br/saude-indigena

Uma Introdução ao Povo Chiquitano

A história do povo Chiquitano está inextricavelmente ligada ao mundo externo ao Amazonas. Antes da chegada dos Jesuítas, no século XVII, os Chiquitanos eram um conjunto de de grupos: “Samucos, Paikoneka, Saraveka, Otuke, Kuruminaka, Kurave, Koraveka, Tapiis, Korokaneka, Manacica e Paunaka, entre outros” (PIB). Mas, a chegada dos Jesuítas e a implementacao das “Reduções” gerou um novo povo: os Chiquitanos.

O Chiquitano vem dos Espanhóis. Ao verem as pequenas entradas  de suas casas,  supuseram que deviam ser muito pequenos. Chamaram-lhes “Chiquitanos,” da palavra em Espanhol “chiquito.” 

Os Chiquitanos moram na região da fronteira entre o Brasil e a Bolívia, nos departamentos de Mato Grosso e Santa Cruz, respectivamente. A maioria vive no lado boliviano, mas uma sondagem que foi feita antes da construção do Gasoduto Bolívia-Mato Grosso revelou que quase 2000 pessoas Chiquitanas vivem no Brasil.

Os Chiquitanos falam uma língua que se chama “Chiquito.” Embora haja quatro variedades da língua, pode-se  afirmar que são todos da mesma família linguística, incluindo a variedade dos Chiquitanos, no lado Brasileiro. 

Actualmente, os Chiquitanos estão lutando para as terras que foram lhes robadas a partir da década 1970. Vai ser um esforço difícil: estão em contra dos fazendeiros poderosos e a Instituto Nacional de Colonizacao e Reforma Agrária. O Plano de Desenvolvimento de Povos Indígenas enfatiza a necessidade de demarcar quatros áreas para os Chiquitano, mas não se sabe se pode ser resolvido. O mundo externo iniciou a formação dos Chiquitanos cómo são, mais tambem pode causar a destruição deles.

Uma Introdução aos Suruí Paiter

Quem São os Suruí Paiter?

O grupo que eu escolhi foi o Suruí Paiter, que significa “gente de verdade, nós mesmos”, na sua língua nativa. A língua falada pelo grupo pertence `a  família dos idiomas tupi. Hoje, cerca de 800 Paiter vivem em 11 aldeias espalhadas pela Terra Indígena Sete de Setembro, no Estado de Rondônia. Os Paiter foram contactados pela primeira vez em 1969, e têm uma disposição guerreira, e uma fama por sua habilidade com o arco e a flecha.

mapa da Terra Indígena Sete de Setembro

1. Mapa da TI Sete de Setembro

Organização Social

Quando eu fiz a pesquisa inicial sobre o grupo, eu fiquei interessado na estrutura da família Paiter e nos espaços arquitetônicos que eles habitam. Na sociedade patriarcal e polígama dos Paiter, existe o costume de casamento avuncular, em que os homens casam-se com as filhas de suas irmãs. Essas pequenas unidades familiares vivem em conjunto com parentes em malocas–casas elípticas com uma fundação de paus que é coberta com cascas de árvore para proteger da chuva. Essas casas chegam a atingir até 25 metros de comprimento e 8 de altura. Cada família tem um fogo e várias camas e, no centro, encontra-se um fogo grande e panelas de cerâmica, que são utilizadas para fazer sopas e “i”, a bebida cerimonial que acompanha as festas religiosas.

imágem da fundação de uma maloca

2. Maloca em construção.

imágem do interior de uma maloca

3. Interior de uma maloca.

Arte e Cultura Material

Apesar da exploração que ocorre no seu território por parte de grandes empresas de mineração e madeira desde o primeiro contacto com brasileiros em 1969, a cultura material dos Suruí Paiter continua graças às mulheres e as crianças da comunidade. Durante a noite, quando não estão a buscar alimentos na roça para sustentar suas famílias, as mulheres Suruí produzem colares à base de frutos de tucumã. Elas partem e cortam os caroços, e esticam as fibras em fios que chegam a atingir 10 metros de comprimento. Esses fios são subsequentemente cozidos com uma agulha, e são convertidos em vestidos ceremoniais,  que são enfeitados com barro e metais pintados com tinta vermelha do urucum esmagado.

4. Líderes Surui usando os colares e os cintos.

Outro objeto produzido com o tecido do tucumã são as redes multi uso, agoiab, que podem ser usadas tanto para dormir como para cintos que carregam crianças (tipicamente seus filhos jovens) quando andam na roça. As mulheres também tecem cestos de vários tamanhos para transportar alimentos, redes de dormir, abanos de fogo, etc. Talvez o elemento mais impressionante da cultura material Suruí sejam as cerâmicas feitas através de uma técnica em que o barro é rolado e depois queimado duas vezes na aldeia ou mesmo na floresta. Essas cerâmicas são usadas tanto para servir comida e bebida como para cozinhar a sopa tradicional, que alimenta famílias inteiras.

5. Taças e bacias feitos pelos Suruí  exibidas na Galeria do Instituto de Artes (IA) da UNESP.

O contato cultural entre os Karajá

Por viverem mais ao leste do país, os Karajá tiveram mais contato com a sociedade branca do que os grupos que ficam mais na Amazônia.

Temos evidencia desse contato em muitos lugares. Karajá é um nome que vem da língua tupi, e significa macaco grande. Na sua própria língua, os Karajá se denominam Iny, que significa nós. Então, o nome Karajá é um exemplo do contato entre grupos indígenas com os colonizadores.

Importante notar  a formação da identidade étnica entre os Karajá, apesar de morarem em lugares distintos. Já falamos sobre a língua e histórias culturais, mas também há uma marca física na forma de uma tatuagem, nas faces dos jovens, durante a puberdade. Todos tem um circulo debaixo dos olhos ,que é a marca do povo Karajá. Contudo, hoje, essa pratica não é tão popular como antes, especialmente com os jovens por causa dos preconceitos contra aas populações indígenas nas cidades. Agora, muitas vezes eles só desenham essas tatuagens nos rituais culturais com pinturas corporais, e não com tatuagens permanentes.

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