Essa semana, a conferência intitulada She Roars vem para Princeton. Durante três dias, mulheres de todo o país virão para a universidade para discutirem a condição do sexo feminino no mundo contemporâneo. Por isso, para continuar a discussão sobre esse tema, eu decidi pesquisar o papel do gênero na comunidade Guajajara, principalmente em um contexto sociopolítico.
Como a maior parte das outras tribos na região, os Guajajara sustentam uma divisão marcada entre homem e mulher no campo do trabalho. Embora existam algumas ambiguidades, certas atividades, como a caça e a preparação ritual, continuam reservadas aos homens, enquanto alguns papeis tipicamente considerado “femininos” são cumpridos pelas mulheres. Interessante, muitas responsabilidades agrícolas pertencem a esse segundo grupo; enquanto os rapazes caçam, as senhoras normalmente tratam do cultivo das colheitas, os dois gêneros trabalhando para a subsistência.
Uma dinâmica de poder parecida existe no campo político também. Os homens e os meninos, regularmente, recebem mais educação, os mentores mais experientes, e a vasta maioria das oportunidades para participarem na supervisão e liderança de suas aldeias. Entretanto, esse caso, talvez previsível, tem levado algumas mulheres Guajajara a procurarem alguma agência fora de sua tribo, como Sônia Guajajara. Sônia estudou em um colégio agrícola em Minas Gerais, e foi uma candidata`a vice-presidência do Brasil. Obviamente, nem todas as mulheres Guajajara podem seguir o mesmo caminho que a Sônia. Mas permanece um caso interessante porque mostra, de certa forma, o poder e a criatividade da mulher indígena ao enfrentar uma sociedade infelizmente patriarcal.
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